“Saúde pública, ciência e humanismo foram
colocados nos fundos de uma casa e esquecidos. Com isso, permitimos que
um pequeno vírus colocasse
nossa civilização de joelhos”, define o neurocientista Miguel Nicolelis,
falando sobre os tempos atuais, de pandemia e seus impactos. Ele acaba de
lançar um novo livro – O
Verdadeiro Criador de Tudo: Como o Cérebro Humano Esculpiu o Universo Como Nós
Conhecemos, pela Editora Planeta.
Nicolelis consolida, em seu novo
trabalho, mais de 20 anos de pesquisas em neurociência. Ele discorre, nas 400
páginas desta obra essencial, a história sobre o que a humanidade entende por
universo; um tratado com uma visão ampla da compreensão abstrata do mundo, do
ponto de vista do grande criador desenvolvido pela natureza: o cérebro humano.
“O cérebro não evoluiu para descrever a realidade, mas para criar modelos de
realidade que maximizam nossas chances de sobrevivência em um universo
previsível”, define.
A partir destes estudos sobre o cérebro é que se torna possível entender os mecanismos que trouxeram a humanidade ao atual estágio evolucionário. Foram as estruturas de maleabilidade e conectividade entre cérebros da mesma espécie – e vivendo em sociedade – que permitiram a sobrevivência, a criação de tecnologias, a arte, o domínio de técnicas diversas e, também, de conceitos que colocam a própria espécie em xeque. Trata-se de um paradoxo tão natural e biológico, que só poderia ser trabalhado pelo “extravagante” cérebro humano.
(Rede Brasil Atual)
Material publicado na
edição n° 24 desta sexta-feira, 11/9, do jornal Leia Sempre