No Nordeste brasileiro tem uma frase muito usada que diz que “pior não fica”. Como uma espécie de estímulo em situações difíceis para lembrar às pessoas em dificuldade que ali é o pior e de agora em diante virão as melhoras. Essa frase que parece carregar um pouco de otimismo em situações conflitantes vem sendo superada. O governo Bolsonaro tem sido pródigo em atacar os direitos dos trabalhadores.
Bolsonaro e o Centrão durante o governo Michel
Temer (governo que Bolsonaro segue a política econômica) votaram a favor a
reforma trabalhista retirando dezenas de direitos, destruindo a possibilidade
dos trabalhadores reagirem à fúria patronal e tirando força dos sindicatos em
defender os direitos e interesses desses trabalhadores.
Essa política, inicialmente, deixou a classe
trabalhadora e seus representantes sem poder de reação e a retirada vem se
ampliando com o passar do tempo, sob o solhos arregalados da multidão de gente
trabalhando na informalidade, em processo de terceirização, uberização e muitos
ficando desempregados, e tentando fingir serem “empreendedores”.
O ano de 2017 entrará para a história do Brasil
como o ano em que o governo federal e o Congresso brasileiro deram um golpe sem
misericórdia nos pobres e com o apoio da mídia corporativa brasileiro aprovaram
o desmonte dos direitos sociais e trabalhistas conquistados nos últimos anos
pelo povo brasileiro.
A tal reforma trabalhista apressou o desmonte
das instituições trabalhistas com o enfraquecimento da Justiça do Trabalho e
órgãos de fiscalização, e mudanças para pior, como na jornada de trabalho, no
descanso semanal, parcelamento de férias, banco de horas negociado de forma
individual e dificuldades para a efetivação da contribuição sindical.
Agora o
governo Bolsonaro mira suas garras para o servidor público. “A proposta de
reforma administrativa que deve ser enviada em breve ao Congresso Nacional
divide as carreiras de governo em três grupos com regras diferentes de
estabilidade, sugere a extinção de licenças e gratificações e facilita a
demissão de servidores durante o período de experiência", aponta reportagem de Murillo Camarotto e Edna Simão, publicada no Valor
Econômico. Com a reforma, as carreiras típicas de estado representarão cerca de
20% do universo de servidores concursados. "Também está prevista uma
carreira com contratos de duração indeterminada, ou seja, que teriam alguma
estabilidade, mas poderiam ser objeto de demissão em um cenário de restrição
fiscal. Também consta no plano a figura do contrato com prazo determinado, que
visa suprir eventuais necessidades temporárias dos órgãos", apontam os
jornalistas. Lembrando que nessa proposta está embutida ainda a redução do
salário de entrada no serviço público.
Material publicado no jornal Leia Sempre edição nº 23 desta sexta-feira, 4/9!!