Estamos nos aproximando das convenções que irão definir os reais
candidatos a prefeito e vereador para a disputa eleitoral deste ano. O quadro
político na Região do Cariri, e por quer não dizer em todo o Ceará, grosso modo
está mesmo indefinido. Na capital cearense certo apenas a candidatura do
capitão Wagner (PROS) que vem articulando nos bastidores a unidade de diversos
partidos de direita e setores da extrema-direita bolsonarista. No campo
democrático e popular uma divisão aponta para o início do que pode ser uma
derrota se esses segmentos não se unificarem na capital, dando o exemplo para o
que pode se dar no resto do Estado.
Aqui no Cariri a política e sua dinâmica, apontam que teremos uma eleição
municipal com um certo tom nacional, com setores de esquerda, de centro e de direita
bem definidos e com palanques bem amplos e diversificados.
Não é apressado afirmar que de uma cidade para outra no Cariri,
observarmos palanques que dificilmente poderíamos ver numa disputa eleitoral
estadual ou nacional. Nos municípios, amplas alianças são bem mais possíveis,
mesmo com setores bem diferentes e de espectros ideológicos distintos.
O extremismo pode ser uma tônica desta eleição, já que temos no poder um
governo de extrema-direita que tem como um de seus principais recursos uma
poderosa máquina de propaganda e de fake news. A onda de mentiras em redes
sociais já chegou ao Cariri e atingiu, por exemplo, alguns pré-candidatos que
tiveram derrotas na Justiça Eleitoral, mesmo antes da campanha realmente ter
início.
Um ponto importante do momento atual da pré-campanha é que entra bem no
páreo a partir das convenções quem soube realmente se movimentar bem. Podemos
inclusive dizer que a pré-campanha no Brasil, desde algumas eleições passadas
se notabiliza como sendo mesmo uma espécie de primeiro turno, pois quem bem
agiu, articulou, movimentou bem as peças no mar revolto dos bastidores políticos,
entra bem montado na disputa do voto do eleitor.
Portanto, chegamos na época agora das convenções a partir da próxima
segunda-feira, 31. As definições se darão e a sociedade terá à disposição os nomes
ofertados pelos partidos e lideranças políticas regionais. Um tabuleiro que
será mexido, e que sabemos, o tom da campanha não se dá apenas pelos atores
locais.
No caldeirão da política no Cariri temos diversos personagens invisíveis
e alguns que pouco por aqui passam.
As decisões políticas estaduais, muitas delas na capital, tem sim forte
influência nas decisões políticas locais. Caciques políticos se mexem, negociam
lá em cima apoios, alianças e rompimentos. Dependendo da situação alianças
sacramentadas no âmbito municipal precisam ser desfeitas por rixas estaduais ou
nacionais.
Nesse tabuleiro político confuso, o destino das cidades. A sociedade
espera uma disputa democrática, em que as regras do jogo que já são amplamente
públicas e divulgadas sejam respeitadas e os perdedores aceitem o ônus da
derrota e a experiência adquirida. Entramos agora na área cinzenta do
fechamento das eleições. De gente sair de cima do muro e definir de que lado
ficará nessa disputa.
Entramos agora, naquele momento em que partidos, candidatos, lideranças
políticas de vários tons e cores irão tentar influenciar e ganhar corações e
mentes nessa disputa eleitoral.
Material publicado na edição desta sexta-feira, 28/8, do jornal Leia
Sempre.