Sociedade brasileira quer um Brasil sem extremismos
Foto: Nexo Jornal
Lilian Soares
Editoria de Cidades
O processo eleitoral de 2018 foi um dos mais
complicados para a ampla maior dos trabalhadores brasileiros. No final de um
processo recheado de fake news e manobras judiciárias tivemos a eleição do
atual governo de extrema-direita sem projeto de Nação para o Brasil.
O governo atual é um governo de ataque às
instituições brasileiras e democráticas, ataque aos direitos do cidadão
brasileiro, retirada de direitos trabalhistas e previdenciários e venda do
patrimônio nacional às empresas e interesses estrangeiros.
Passados dois anos de Jair Bolsonaro o Brasil que pode
sair desse domingo fechando o ciclo eleitoral de 2020 é bem menos extremista,
mais de centro e mais aberto ao diálogo. Se Bolsonaro puxa a corda da discórdia
de um lado, termina esse processo eleitoral com um alto grau de rejeição que
pode chegar a número consideráveis.
Continua ainda com baixa popularidade no Nordeste, e
na capital de São Paulo chegou a uma reprovação de 48 por cento.
Outro dado é a queda dos candidatos de
extrema-direita ligados a Bolsonaro que é um dos derrotados desse processo.
Mas o mais importante neste domingo fechando a eleição
municipal de 2020 é que tivemos eleições de mulheres negras, trans, de
sindicalistas e coletivos que irão na busca de espaços para minorias, para os trabalhadores
nos palcos dos legislativos nas grandes e pequenas cidades.
Mais ainda, é preciso que as periferias estejam na
pauta dos governos municipais e dos legislativos. São muitas as reivindicações
como trabalho, renda, abastecimento alimentar, saúde, educação, utilização dos
espaços urbanos, mobilidade, acessibilidade, são algumas das pautas que
movimentos e periferias precisam apresentar e debater.
Se no primeiro turno mesmo com muitos partidos de
direita ganhando espaços é preciso ver que surge uma nova esquerda com pautas
fortes e muitas mulheres sendo eleitas com essas pautas.
E mais ainda, o povo brasileiro mostrou nesse
processo que mesmo o debate sendo limitado não quer extremismos, não tem tendência
de repetir a onda de extrema direita de 2018 e prefere o diálogo e políticos
tradicionais no lugar de outsiders que só tem de novo o discurso.
O Brasil que pode concluir as eleições deste
domingo pode ser um pouco mais progressista do que o de 2018 que terminou brindando
o extremismo e as fake news.