Se desenhar, não fica mais claro. Neste sábado, 21 de novembro de 2020, uma frente ampla progressista foi anunciada em torno da candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo. O anúncio foi imediatamente sucedido por uma série de apoios e engajamentos à campanha de Bruno Covas (PSDB), estes protagonizados por notáveis figuras do bolsonarismo.
A campanha de Boulos publicou em suas redes um vídeo (veja abaixo) com declarações de apoio de quatro lideranças do campo progressista, cada uma representando um partido político: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino (PCdoB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).
A reunião dessas lideranças é um feito e tanto de Guilherme Boulos, e talvez tenha sido costurada, inclusive, nas conversas de que tanto se falou recentemente entre Lula e Ciro.
Também neste sábado, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), junto com Ciro mostrando a amplitude da frente que se forma, alcançando setores de centro, anunciou seu endosso ao candidato do PSOL, que a agradeceu nas redes.
Do outro lado, restou o PSDB de Bruno Covas, o Centrão, que invariavelmente acompanha as candidaturas tucanas em São Paulo e, agora, embarcando, o bolsonarismo e o bolsonarismo arrependido, este representado pela candidata derrotada e deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).
Os políticos e agitadores das redes bolsonaristas não tinham ainda declarado apoio a qualquer um dos candidatos que concorrem no segundo turno, tendo se limitado, até então, a lamentar a derrota do “campo conservador” e de Celso Russomanno e a lançar desconfianças de fraude nas urnas eletrônicas.
Já não é assim. Agora, todo mundo tem lado e todo mundo sabe de qual lado todo mundo está e acompanhado de quem.
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