O Brasil sempre viveu uma polarização. Dizer que isso se dá no contexto atual
entre petistas e bolsonaristas é esconder a verdade ou analisar essa verdade de
maneira equivocada. O que podemos afirmar hoje é que a sociedade de forma geral
está polarizada e isso se dá com força das redes sociais e ambientes virtuais
onde proliferam notícias, informações históricas e necessárias, mas também um verdadeiro submundo de mentiras e informações
que negam a ciência, o bom senso e até a inteligência das pessoas.
No contexto das eleições municipais de 2020 no Brasil encontramos o País
governado pela extrema-direita, com um governo mergulhado em crises políticas,
que deu apoio à manifestações contra a democracia e com uma política econômica
neoliberal retirando direitos dos pobres e dos trabalhadores. Lembrando também
que o governo Bolsonaro não está na retaguarda, antes e pelo contrário é um
governo o tempo inteiro na ofensiva, construindo um estado aos moldes dos
regimes totalitários e em constante disputa política.
Nesse momento das eleições municipais, vivemos a maior crise sanitária da
história e o maior desemprego também. Nesse quadro poderíamos avaliar vivamente
que o governo com tantas dificuldades e desatinos estaria à beira de perder a
disputa eleitoral deste ano. Ledo engano, o quadro é complicado.
As esquerdas tem dificuldade em concretizar uma frente ampla. A direita
clássica brasileira como a conhecemos está fragmentada, sem grandes nomes nacionais
e perdendo feio a disputa para a extrema-direita que discretamente foi armando
palanques e situações políticas favoráveis no quadro atual.
Portanto, nos municípios iremos refletir bastante do que se discute no
Brasil e temas como segurança pública, direitos de minorias, trabalho e
emprego, cultura, direitos sociais e humanos podem fazer parte dos debates,
além das velhas questões como corrupção sempre e descambando para o falso
moralismo de sempre. Um tema que avaliamos não querem deixar que seja o ponto
principal desse debate é a desigualdade social e a distribuição de renda no
Brasil.
Os partidos políticos e lideranças agora se preparam para as convenções
municipais. Se vamos ter eleições mais limpas que a última não sabemos, mas é
certo que a sociedade precisa ficar vigilante às práticas de fake news, compra
de votos e judicialização exagerada do pleito.