04/09/2020

Eleições municipais marcadas por pulverização e clima de polarização

 



O Brasil sempre viveu uma polarização. Dizer que isso se dá no contexto atual entre petistas e bolsonaristas é esconder a verdade ou analisar essa verdade de maneira equivocada. O que podemos afirmar hoje é que a sociedade de forma geral está polarizada e isso se dá com força das redes sociais e ambientes virtuais onde proliferam notícias, informações históricas e necessárias, mas também um  verdadeiro submundo de mentiras e informações que negam a ciência, o bom senso e até a inteligência das pessoas.

No contexto das eleições municipais de 2020 no Brasil encontramos o País governado pela extrema-direita, com um governo mergulhado em crises políticas, que deu apoio à manifestações contra a democracia e com uma política econômica neoliberal retirando direitos dos pobres e dos trabalhadores. Lembrando também que o governo Bolsonaro não está na retaguarda, antes e pelo contrário é um governo o tempo inteiro na ofensiva, construindo um estado aos moldes dos regimes totalitários e em constante disputa política.

Nesse momento das eleições municipais, vivemos a maior crise sanitária da história e o maior desemprego também. Nesse quadro poderíamos avaliar vivamente que o governo com tantas dificuldades e desatinos estaria à beira de perder a disputa eleitoral deste ano. Ledo engano, o quadro é complicado.

As esquerdas tem dificuldade em concretizar uma frente ampla. A direita clássica brasileira como a conhecemos está fragmentada, sem grandes nomes nacionais e perdendo feio a disputa para a extrema-direita que discretamente foi armando palanques e situações políticas favoráveis no quadro atual.

Portanto, nos municípios iremos refletir bastante do que se discute no Brasil e temas como segurança pública, direitos de minorias, trabalho e emprego, cultura, direitos sociais e humanos podem fazer parte dos debates, além das velhas questões como corrupção sempre e descambando para o falso moralismo de sempre. Um tema que avaliamos não querem deixar que seja o ponto principal desse debate é a desigualdade social e a distribuição de renda no Brasil.

Os partidos políticos e lideranças agora se preparam para as convenções municipais. Se vamos ter eleições mais limpas que a última não sabemos, mas é certo que a sociedade precisa ficar vigilante às práticas de fake news, compra de votos e judicialização exagerada do pleito.

 Material publicado no jornal Leia Sempre edição nº 23 desta sexta-feira, 4/9!!