Terminou nesta quarta-feira, 16, o prazo para
que lideranças e partidos políticos pudessem participar de suas convenções e
tirar as chapas e nomes para a disputa
eleitoral municipal deste ano de 2020. Podemos ter surpresas em alguns
palanques, como é costumeiro, pois com acordos políticos palanques variados,
plurais e diversos são montados. Às vezes, até mesmo palanques inusitados com
legendas e figuras de espectro político e ideológico bem distintos são montados.
Mas a palavra agora, deve ficar com o eleitor.
Não temos no Brasil a tradição de termos um eleitor exigente. Muitos dizem até
que as pessoas menos de um ano depois já esqueceram em quem votaram nas
eleições anteriores ficando difícil o eleitor comum cobrar quem elegeu para um
cargo público.
Mas a palavra fica agora com o eleitor no
sentido primeiro da decisão. O eleitor brasileiro vai agora escolher aqueles
homens e mulheres que irão conduzir os destinos das nossas cidades e do
parlamento municipal pelos próximos 4 anos. A hora agora é de reflexão,
acompanhar as eleições, os debates, analisar as propostas dos candidatos e
escolher os melhores nomes.
Interessante também seria se a sociedade
atentasse para as propostas de cada candidato. Não cair no conto de fadas das
propostas mirabolantes e irrealizáveis e em promessas que até mesmo quem
promete sabe que jamais cumprirá.
Outro ponto relevante é perceber que o voto é um direito e
não um dever. A conquista da democracia (mesmo a cambaleante democracia
brasileira) se deu às custas de muitas lutas. Lembrar que no ano de 1983
milhões de brasileiros e brasileiras foram às ruas exigir o fim da ditadura
militar e o direito de votar e escolher seus dirigentes, sem um grupo de
militares iluminados decidindo pelo povo.
Não podemos aceitar que grupos de pequenos interesses guiem
o voto da sociedade brasileira nos fazendo parecer manobráveis como se deu em
2018 com a proliferação das fake news que colocou fortes dúvidas no processo
eleitoral daquele ano. Precisamos como povo, sermos mais exigentes com a ação da
Justiça Eleitoral, dos órgãos de fiscalização para que tenhamos também eleições
limpas e livres e que o voto do eleitor não seja desvirtuado.
Até por que o povo não é ignorante como pensam alguns
setores políticos, que muitas vezes eles próprios promovem campanhas de
desinformação, proliferam todo tipo de discurso do ódio e de preconceito para
fomentar divisões na sociedade brasileira como vemos atualmente.
Cabe ao povo a decisão de apontar pelo voto consciente seus
dirigentes. Ditaduras e regimes totalitários tiram da sociedade esse importante
instrumento da liberdade. Que o voto seja exercido, como nunca antes, com
sabedoria e como instrumento da nossa liberdade e democracia.
Material Publicado na edição de nº 25
deste sexta-feira, 18 de setembro de 2020 do jornal Leia Sempre.
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