O eleitor brasileiro terá mais uma vez a
oportunidade de ir às urnas eleger aqueles e aquelas que irão conduzir os
destinos das cidades brasileiras pelos próximo quatro anos. Se olharmos para
trás e vislumbrarmos o ano de 2016 podemos afirmar que a conjuntura política
pouco mudou e as cidades também.
No aspecto da conjuntura política se aprofundou
uma situação de crise política que parece não ter fim. As eleições de 2018 não
melhoraram o quadro ou criaram qualquer tipo de estabilidade, pelo contrário,
atualmente estamos vivendo um governo
nacional com forte tendência totalitária, com pouco ou quase nenhum dialogo com
a sociedade e amparado na força dos militares e do mercado, com uma política
econômica neoliberal e um avanço nos direitos da sociedade e da classe
trabalhadora.
Além disso, vivemos um País onde o Judiciário
tem um protagonismo exacerbado, a corrupção política se amplia cada dia que
passa e aos poucos a sociedade pode observar as instituições democráticas sendo
destruídas. Sem falar na pandemia do novo coronavírus e seus mais de 130 mil
mortos. Nesse cenário, a população irá às urnas.
É preciso que o eleitor e o cidadão brasileiros
tenham a noção da importância do momento atual. É preciso a eleição de
políticos que tenham vocação realmente democrática, saibam dialogar e queiram
dialogar com a sociedade e sejam sensíveis aos apelos da maioria da população
que quer emprego, moradia, saúde, educação e comida na mesa.
Que as eleições municipais deste ano sejam
usadas como espaço para o amplo debate
democrático das questões fundamentais para as cidades como por exemplo, a
mobilidade urbana, acessibilidade, controle dos resíduos sólidos, os
investimentos em áreas sociais, mais espaço para a juventude na cidade, abastecimento, infraestrutura,
escoamento da produção, trânsito, dentre outros temas.
Mas a eleição deste ano servirá também para
trazer para nossas cidades os temas nacionais.
Portanto, que os eleitores especialmente da
região do Cariri possam exercer esse direito em toda a sua plenitude. Não
trocar votos por favores. Não pedir favores que ao serem trocados você perde a
escola, o posto de saúde, a limpeza pública, em nome de uma benesse pessoal.
Que a sociedade seja mais vigilante e não
aceite políticos aproveitadores do voto alheio.
A imagem que ilustra este editorial nos remete
a uma sátira de como era visto o eleitor na Primeira República. Que essa visão
do que passou fique apenas como uma lembrança de um passado que não queremos
que volte. Afinal, o eleitor brasileiro evoluiu sim, e é capaz de dar à classe
política resultados eleitorais surpreendentes.
E, ao cabo e ao final, quem deve ter mesmo a
última palavra é o eleitor.
Material Publicado na edição de nº 25
deste sexta-feira, 18 de setembro de 2020 do jornal Leia Sempre.