18/09/2020

EDITORIAL Leia Sempre: Com a palavra, o eleitor



O eleitor brasileiro terá mais uma vez a oportunidade de ir às urnas eleger aqueles e aquelas que irão conduzir os destinos das cidades brasileiras pelos próximo quatro anos. Se olharmos para trás e vislumbrarmos o ano de 2016 podemos afirmar que a conjuntura política pouco mudou e as cidades também.

No aspecto da conjuntura política se aprofundou uma situação de crise política que parece não ter fim. As eleições de 2018 não melhoraram o quadro ou criaram qualquer tipo de estabilidade, pelo contrário, atualmente  estamos vivendo um governo nacional com forte tendência totalitária, com pouco ou quase nenhum dialogo com a sociedade e amparado na força dos militares e do mercado, com uma política econômica neoliberal e um avanço nos direitos da sociedade e da classe trabalhadora.

Além disso, vivemos um País onde o Judiciário tem um protagonismo exacerbado, a corrupção política se amplia cada dia que passa e aos poucos a sociedade pode observar as instituições democráticas sendo destruídas. Sem falar na pandemia do novo coronavírus e seus mais de 130 mil mortos. Nesse cenário, a população irá às urnas.

É preciso que o eleitor e o cidadão brasileiros tenham a noção da importância do momento atual. É preciso a eleição de políticos que tenham vocação realmente democrática, saibam dialogar e queiram dialogar com a sociedade e sejam sensíveis aos apelos da maioria da população que quer emprego, moradia, saúde, educação e comida na mesa.

Que as eleições municipais deste ano sejam usadas como espaço para  o amplo debate democrático das questões fundamentais para as cidades como por exemplo, a mobilidade urbana, acessibilidade, controle dos resíduos sólidos, os investimentos em áreas sociais, mais espaço para a juventude  na cidade, abastecimento, infraestrutura, escoamento da produção, trânsito, dentre outros temas.

Mas a eleição deste ano servirá também para trazer para nossas cidades os temas nacionais.

Portanto, que os eleitores especialmente da região do Cariri possam exercer esse direito em toda a sua plenitude. Não trocar votos por favores. Não pedir favores que ao serem trocados você perde a escola, o posto de saúde, a limpeza pública, em nome de uma benesse pessoal.

Que a sociedade seja mais vigilante e não aceite políticos aproveitadores do voto alheio.

A imagem que ilustra este editorial nos remete a uma sátira de como era visto o eleitor na Primeira República. Que essa visão do que passou fique apenas como uma lembrança de um passado que não queremos que volte. Afinal, o eleitor brasileiro evoluiu sim, e é capaz de dar à classe política resultados eleitorais surpreendentes.

E, ao cabo e ao final, quem deve ter mesmo a última palavra é o eleitor.


Material Publicado na edição de nº 25 deste sexta-feira, 18 de setembro de 2020 do jornal Leia Sempre.


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