Já o número de novos casos teve acréscimo de 47.784 no mesmo período, totalizando 3.407.354 infectados. Os números são defasados, já que a subnotificação é realidade no Brasil, um dos países que menos faz testes para a covid-19 no mundo. No cenário global, apenas os Estados Unidos possuem mais doentes e mortos. com 173.534 vítimas e 5.557.348 infectados. Entretanto, os norte-americanos estão entre os que mais aplicam testes à população.
A covid-19 já fez 21.826.342 infectados em todo o mundo, sem contar a subnotificação, e um total de 773.152 mortos. É a maior crise sanitária do planeta nos últimos 100 anos – a pandemia de gripe espanhola atingiu o mundo em 1918.
Desconectados
A sombria realidade da covid-19 não parece afetar as instâncias do poder público. Não existem medidas rigorosas sendo adotadas em massa. Mesmo as fracas imposições de isolamento social que vigoraram entre os meses de abril e junho já vão sendo suspensas de forma prematura, de acordo com a avaliação de cientistas.
No início do surto, governadores e prefeitos adotaram, em massa, um discurso oposto ao do presidente. Passaram, então, a ser alvos da máquina de ódio bolsonarista, bem como de ataques e fake news de diversas ordens. Essa postura pouco durou e, hoje, é possível ver comércio lotado em São Paulo, praias abarrotadas no Rio de Janeiro e até mesmo lobby no Amazonas pela realização do festival de Parintins.
O Rio é o segundo estado mais afetado pela covid-19 em relação às mortes. São 14.728 vítimas e 199.480 casos. Sem contar intensa subnotificação. A Bahia, por exemplo, testa mais, por isso tem mais casos mas muito menos mortes. No estado nordestino, são 221.041 casos e 4.542 mortes.
“E daí?”
De um lado, o governo federal trabalhou, durante todo o surto, de forma a ajudar na propagação do vírus. O presidente Jair Bolsonaro já expressou por diversas vezes sua indiferença com a covid-19 e com os mortos. “E daí? O que posso fazer? (…) Não sou coveiro”, disse. “É só uma gripezinha”, afirmou em outra ocasião.
Desde 15 de maio o Brasil está sem ministro da Saúde, que deveria coordenar ações de combate ao vírus. Dois profissionais da área já tentaram tocar a pasta, mas foram impedidos e demitidos. Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta foram dispensados justamente por defender que o Brasil deveria fazer algo contra o vírus e seguir as melhores orientações de cientistas.