30/08/2020

Decisões dos partidos políticos influenciam nos palanques do Cariri


Por Tarso Araújo, editor do Leia Sempre

As convenções para a formação das chapas e formalização das candidaturas começa nesta segunda-feira, 31. Esse é o momento em que as articulações se ampliam para formatação das coligações e formalização das candidaturas.

Como todas as eleições muitas lideranças e partidos no Cariri preferem esperar um pouco mais, pois há muitas decisões estaduais que interferem nos palanques locais. Há também algumas decisões nacionais que interferem nas coligações que podem ser montadas nas cidades.

Um ponto importante dessa realidade é que o debate de temas nacionais tem forte influência nestas eleições municipais. Muitos diretórios nacionais expedem decisões com influência do quadro nacional  e isso complica a formatação de alianças nas cidades.

Prova disso, é a posição do MDB cearense. O partido dirigido por Eunício Oliveira já decidiu e bateu o martelo e não vai apoiar nas cidades caririenses e no resto do estado pré-candidaturas e candidaturas ligadas aos Ferreira Gomes. Essa é uma decisão particular do MDB no Ceará apenas. Basta lembrar que a priori Eunício Oliveira teria vetado apoio do MDB de Juazeiro do Norte ao pré-candidato do PDT, Gilmar Bender.

Outra decisão é do PTB nacional que tirou uma resolução que vai interferir nas decisões e articulações do PTB local. Na decisão nacional, os diretórios municipais do PTB não poderão se aliar com partidos de esquerda como PT, PDTR, PSB, PC do B e PSOL, tampouco com DEM e PSDB. Essa decisão do PTB a partir da pressão do presidente nacional da legenda o “honestíssimo” Roberto Jeferson se dá por conta do PTB se integrar às hostes do bolsonarismo. O discurso de Jeferson que mistura questões e símbolos religiosos, com a discurso moralista de combate à corrupção (logo ele!!!) joga o partido no discurso neofascista do movimento bolsonarista.  

PT e PSL tem decisões parecidas, onde um não se alia ao outro por nenhuma hipótese. O PT, dependendo também da cidade defende não se coligar com partidos que contribuíram com o golpe de 2016. Mas na maioria das cidades esse discurso não é bem seguido por dirigentes petistas.

O PSL  tem como orientação não apoiar candidaturas de partidos de esquerda. 

Os partidos de esquerda e muitas de suas lideranças já assumem o discurso de formação de uma frente ampla antifascista. Esse discurso se fortalece a partir do momento em que setores e intelectuais das esquerdas percebem que o momento atual é de unidade nacional contra o neofascismo que se espalha na sociedade brasileira.

Nesta semana em uma live um grupo de parlamentares, professores e intelectuais da capital cearense lançou um manifesto para a formação de uma chapa majoritária com todas as forças democráticas para impedir o avanço do bolsonarismo em Fortaleza.  

Portanto, as decisões nacionais e estaduais influenciam em muito as eleições municipais.

Na Região do Cariri essa decisões interferem sim. Tem o caso do MDB de Juazeiro e Gilmar Bender. E a dificuldade do PTB em ampliar seu palanque que poderia abranger legendas de esquerda. 

Em Brejo Santo, um leve ensaio que poderia unir PSL e PT terminou com Heitor Freire afirmando claramente que o PSL não fecha com o PT nem com partidos de esquerda. 

Há ainda decisões da política estadual. As polêmicas entre os partidos da base governista em Fortaleza pode levar a uma negociação que interfere inclusive em candidaturas prováveis em algumas cidades no interior.