(foto de Carlos Lourenço)
No dia 19 de março foi registrado o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Cariri, em Juazeiro do Norte. O anúncio foi feito através das redes sociais pelo prefeito Arnon Bezerra, acompanhado do então secretário de saúde do município, Lucimilton Macêdo. Na mesma noite, o governador Camilo Santana, decretou a suspensão do comércio não essencial no Ceará e inicio da quarentena.
Os primeiros casos cearenses foram registrado na capital no dia 16 do março. Já a primeira morte no estado foi registrada no dia 26. A vítima foi um homem de 72 anos da cidade de Eusébio, na Grande Fortaleza. No Cariri, a primeira morte foi confirmada em 3 de abril. A paciente era uma mulher de 62 anos oriunda de Farias Brito.
Exatamente cinco meses depois, a doença já vitimou 373 pessoas apenas nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha (Crajubar). As três maiores cidades do Cariri somam juntas 19.766 casos confirmados da doença. Os dados são dos boletins municipais da segunda-feira (17).
Em Juazeiro do Norte, a primeira morte foi divulgada em 2 de maio, sendo de senhor de 85 anos que havia falecido dias antes. Com a demora no resultado dos exames, a confirmação só veio três dias após. Na cidade, até esta segunda-feira, foram 13.097 casos confirmados. Em relação ao total de habitantes na cidade é 4,78% de infectados.
Na taxa de confirmados, 249 casos findaram com óbitos, o que indica uma taxa de letalidade da doença em torno de 1,9%, ou seja, a casa 100 pessoas infectadas na cidade, duas morrem em decorrência do vírus.
No município, ainda entre o dado de casos confirmados desta segunda-feira, 10.464 que já estão recuperados, totalizando 79,9% dos registrados já curados.
Em Crato, o primeiro caso foi confirmado apenas no dia 9 de abril, sendo em uma paciente de 75 anos. Já a primeira morte no município ocorreu em 8 de maio, sendo de uma idosa de 83 anos natural da cidade, mas que residia em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. A confirmação só veio dez dias depois, em 18 de maio. Até o início da semana, a cidade acumulava 4.923 casos confirmados. Em relação à população total, o dado indica que 3,73% dos moradores já foram infectados, ou seja, a cada 100 pessoas, algo entorno de três ou quatro têm ou já tiveram a doença. Desse total, 3.388 estão recuperados, o que indica um percentual de 68,8% de pessoas que tiveram a doença mas já não transmitem mais o vírus. Com 73 mortes, a cidade tem a menor taxa de letalidade do Crajubar, com 1,48%, o que indica que, a cada 100 pessoas confirmadas com a Covid-19, algo em torno de uma ou duas morrem em decorrência da doença.
Em 20 de abril, a cidade de Barbalha confirmava o primeiro caso de Covid-19 e em 19 de maio a primeira morte. A cidade contabiliza 1746 casos confirmados, com 92,78% desses já recuperados. Apesar de apresentar o melhor indicador do Crajubar em dados de recuperação, a cidade soma 1153 casos suspeitos, ou seja, que ainda não estão contabilizados nas confirmações e curas ou descartes. A taxa de letalidade da semana no município é de 2,9%, com 51 óbitos e decorrência da Covid-19. O indicativo mostra que a cada 100 pessoas infectadas, aproximadamente três morrem pela doença. O dado de casos confirmados, quando comparado com a população total da cidade, indica que 2,94% das pessoas já tiveram a doença, ou seja, a cada 100 moradores, três já foram infectados pelo novo coronavírus.
Perspectiva
O medico George Severo, diretor técnico do Hospital Santo Antônio, um dos que atende pacientes com Covid em Barbalha, aponta que e notável a diminuição da procura do hospital pelos pacientes, mas que “medidas de proteção ainda precisam ser tomadas, pois nem todos se imunizaram. É fundamental o uso de máscara e atentar para possíveis sintomas respiratórios”, alerta o médico. Apesar de o número de confirmações diárias da doença vir apresentando baixa em relação ao último mês, e o pico da doença provavelmente tenha sido superado, a médica Kellen Nobre, atendente em um hospital particular de Juazeiro do Norte que também recebe pacientes com Covid, alerta que devemos continuar seguindo as medidas sanitárias para evitar uma nova elevação nos registros. “Devemos manter as mesmas medidas de proteção individual e coletiva, com o uso de máscaras, higiene das mãos, evitar aglomerações, mesmo em locais com funcionamento autorizado. Agindo assim evitamos um novo pico de casos”, diz a médica. Dr. Kellen ainda afirma que a atenção com tais medidas deve ser levada como rotina pelo menos “até estarmos protegidos, e isso só ocorrerá, de fato, com a vacinação”, conclui. Ou seja, apesar da redução nas confirmações, a circulação do vírus segue, e a proteção de fato só virá com uma vacina eficaz e distribuída para boa parte da população. Até lá, o álcool em gel, o sabão e a máscara seguem como melhores amigos da população.
Fonte: Site Badalo