Por Tarso Araújo, editor do blog Leia Sempre
Empresários
cearenses estiveram semana passada em Brasília e ofereceram ao presidente da
República Jair Bolsonaro um almoço bem típico do nosso Ceará. Os ditos empresários
são os donos da rede Coco Bambu de restaurantes para pessoas ricas e que tem 43
unidades, nasceu em Fortaleza.
Os
empresários cearenses foram ser solidários com o presidente, e dizem torcer,
como empresários para que tudo seja superado e os empregos cresçam.
Um
grupo de empresários cearenses homenageando um presidente que faz desdém com a pandemia
que já matou 100 mil pessoas, homens e mulheres, pais, avôs, avós, namorados,
namoradas, amigos, filhos, enfim, gente,
Que
tipo de “empresário” sai de Fortaleza para oferecer a um governante genocida um
almoço no exato momento em que o País chora 101 mil mortes e a cada dia vai
somando mais números nessa estatística da morte?
O
típico empresário bolsonarista e cínico, desumano, desapegado à vida dos
trabalhadores e trabalhadoras, que torce por um presidente sem qualificação,
incompetente e que dorme em cima de dinheiro enquanto a pasta da Saúde chega a
meses sem um ministro da Saúde qualificado no combate à pandemias.
Um
presidente que retira direitos sociais do povo em plena pandemia e agora “aconselha”
todo mundo ir trabalhar, pois isso
resolve o problema.
Claro
que todos podem ir trabalhar, já que trabalhar não é bem o costume do
presidente do Brasil, acostumado a 30 anos a viver com dinheiro e salário de deputado
federal numa mamata sem fim.
Na
realidade, esses empresários não torcem por um Brasil melhor, mais justo, menos
desigual e com mais empregos, torcem por um Brasil a imagem e semelhança de Bolsonaro,
com um povo ameaçado, com medo, desempregado, passando fome e morrendo de
doenças.
Esses
Brasil dos donos do Coco Bambu é o mesmo Brasil do prefeito Crivela, do Rio de
Janeiro, que não efetuou um plano de combate a Covid-19 nas favelas, e hoje nas
favelas cariocas morre mais seres humanos que em muitos países do mundo.
Esse
Brasil dos donos do Coco Bambu é o Brasil de Bolsonaro, onde governo e planos
de saúde se unem para destruir ou privatizar o Sistema Único de Saúde, e onde o
trabalhador fica na informalidade e no trabalho precarizado.
Um
dos pratos servidos a Bolsonaro custou no dia das mães, no Coco Bambu, a
bagatela de R$ 186 para duas pessoas. Um prato bem “popular” no Ceará.
Bem
diferente do almoço de ricos do Coco Bambu, nesta segunda-feira, Bolsonaro foi
flagrado no Distrito Federal comendo espetinho e sem máscara. É, do jeito que
as coisas caminham, realmente vai dar tudo certo, para Bolsonaro. Hora do
pessoal do Coco Bambu fazer outra festa para comemorar mais mortes por Covid
-19.
Uma
vergonha.