11/08/2020

Bolsonaro, os donos do Coco Bambu e o almoço dos mortos

( foto de Isac Nobrega no Correio Braziliense)
 

Por Tarso Araújo, editor do blog Leia Sempre

Empresários cearenses estiveram  semana passada  em Brasília e ofereceram ao presidente da República Jair Bolsonaro um almoço bem típico do nosso Ceará. Os ditos empresários são os donos da rede Coco Bambu de restaurantes para pessoas ricas e que tem 43 unidades, nasceu em Fortaleza.

Os empresários cearenses foram ser solidários com o presidente, e dizem torcer, como empresários para que tudo seja superado e os empregos cresçam.

Um grupo de empresários cearenses homenageando um presidente que faz desdém com a pandemia que já matou 100 mil pessoas, homens e mulheres, pais, avôs, avós, namorados, namoradas, amigos, filhos, enfim, gente,

Que tipo de “empresário” sai de Fortaleza para oferecer a um governante genocida um almoço no exato momento em que o País chora 101 mil mortes e a cada dia vai somando mais números nessa estatística da morte?

O típico empresário bolsonarista e cínico, desumano, desapegado à vida dos trabalhadores e trabalhadoras, que torce por um presidente sem qualificação, incompetente e que dorme em cima de dinheiro enquanto a pasta da Saúde chega a meses sem um ministro da Saúde qualificado no combate à pandemias.

Um presidente que retira direitos sociais do povo em plena pandemia e agora “aconselha” todo mundo  ir trabalhar, pois isso resolve o problema.

Claro que todos podem ir trabalhar, já que trabalhar não é bem o costume do presidente do Brasil, acostumado a 30 anos a viver com dinheiro e salário de deputado federal numa mamata sem fim.

Na realidade, esses empresários não torcem por um Brasil melhor, mais justo, menos desigual e com mais empregos, torcem por um Brasil a imagem e semelhança de Bolsonaro, com um povo ameaçado, com medo, desempregado, passando fome e morrendo de doenças.

Esses Brasil dos donos do Coco Bambu é o mesmo Brasil do prefeito Crivela, do Rio de Janeiro, que não efetuou um plano de combate a Covid-19 nas favelas, e hoje nas favelas cariocas morre mais seres humanos que em muitos países do mundo.

Esse Brasil dos donos do Coco Bambu é o Brasil de Bolsonaro, onde governo e planos de saúde se unem para destruir ou privatizar o Sistema Único de Saúde, e onde o trabalhador fica na informalidade e no trabalho precarizado.

Um dos pratos servidos a Bolsonaro custou no dia das mães, no Coco Bambu, a bagatela de R$ 186 para duas pessoas. Um prato bem “popular” no Ceará.

Bem diferente do almoço de ricos do Coco Bambu, nesta segunda-feira, Bolsonaro foi flagrado no Distrito Federal comendo espetinho e sem máscara. É, do jeito que as coisas caminham, realmente vai dar tudo certo, para Bolsonaro. Hora do pessoal do Coco Bambu fazer outra festa para comemorar mais mortes por Covid -19.

Uma vergonha.