Prof. Emanuel Nunes Cavalcante
Professor efetivo do Estado do Ceará
Atualmente Coordenador Escolar
Diretor Geral por 3 mandatos no Colégio Polivalente
A oposição Bolsonarista ao Governo do Crato, sem um Posto Ipiranga para chamar
de seu, introduz no debate, ou melhor na sua falta de proposta para o debate, o
que chamaremos de Falácia dos Milhões.
Aparentemente, enxergam o Crato como tendo um Governo rico e esbanjador.
Felizmente, o ideário de extremo liberalismo, não tem muitas propostas
sensíveis ao eleitor. Os defensores do extremo liberalismo enxergam um
Município inchado e sonham tomar o poder para “ajeitar” a cidade. Devem se
perguntar todo dia. Porque o Crato tem mais médicos da atenção básica por
habitante do que Fortaleza. Puro desperdício. A solução fechar alguns postos de
saúde. Porque o Crato vem valorizando os professores, pagando, sem ser obrigado
por lei, a variação do piso nacional. Nossa proposta: vamos aumentar as turmas,
vamos reduzir o salário e demitir professores. Porque o Crato ainda possui a
SAAEC, vamos privatizá-la. As empresas privadas são mais eficientes, veja o
exemplo da Enel. Porque as mansões do Parque Grangeiro devem pagar IPTU tão
alto. Vamos isentar os ricos.
Apesar do texto acima ser ficcional, um “liberal raiz” pensa dessa
forma. Apoiadores de Bolsonaro devem pensar assim, ou votaram no Presidente
errado.
Desta forma, a oposição alega o tempo todo que o Crato tem “milhões”.
Desta fraca argumentação, surge a Falácia dos Milhões, uma argumentação própria
de sofistas, com agenda oculta que não é explicitada para não perder votos.
De fato, o orçamento do Crato é milionário. Em 2019, a receita total do
Município alcançou R$ 318,7 milhões. Mas o Crato é um município de médio porte
com população estimada de 132.123 habitantes. Desta forma, para fugir da
“Falácia dos Milhões” é importante relativizar a receita. Uma forma simples é
calcular a receita por habitante. No caso do Crato, a receita por habitante
equivale a apenas R$ 201 reais por mês. Com este recurso para cada habitante, o
município precisa custear a educação de 18 mil crianças e adolescentes e a
saúde de mais de 100 mil pessoas que dependem exclusivamente do SUS. Além
disso, o Município mantém limpeza pública, iluminação pública, infraestrutura
urbana, entre outras funções sob sua responsabilidade.
Interessante seria a oposição dizer o que vai ofertar ao cidadão de
diferente, gastando R$ 201 reais com cada cratense. E ainda, parece que tem
como missão sagrada, reduzir impostos dos ricos.
O último censo, realizado em 2010, apontou que o Crato tinha o maior
percentual da população com nível superior do interior do Estado. Buscar votos,
com agenda oculta e discurso vazio, com uma população educada como a cratense,
será uma tarefa árdua para a oposição.