14/08/2020

A falácia dos milhões. Por Emanuel Nunes Cavalcante

 

Prof. Emanuel Nunes Cavalcante

Professor efetivo do Estado do Ceará

Atualmente Coordenador Escolar

Diretor Geral por 3 mandatos no Colégio Polivalente

 

A oposição Bolsonarista ao Governo do Crato, sem um Posto Ipiranga para chamar de seu, introduz no debate, ou melhor na sua falta de proposta para o debate, o que chamaremos de Falácia dos Milhões.

Aparentemente, enxergam o Crato como tendo um Governo rico e esbanjador. Felizmente, o ideário de extremo liberalismo, não tem muitas propostas sensíveis ao eleitor. Os defensores do extremo liberalismo enxergam um Município inchado e sonham tomar o poder para “ajeitar” a cidade. Devem se perguntar todo dia. Porque o Crato tem mais médicos da atenção básica por habitante do que Fortaleza. Puro desperdício. A solução fechar alguns postos de saúde. Porque o Crato vem valorizando os professores, pagando, sem ser obrigado por lei, a variação do piso nacional. Nossa proposta: vamos aumentar as turmas, vamos reduzir o salário e demitir professores. Porque o Crato ainda possui a SAAEC, vamos privatizá-la. As empresas privadas são mais eficientes, veja o exemplo da Enel. Porque as mansões do Parque Grangeiro devem pagar IPTU tão alto. Vamos isentar os ricos.

Apesar do texto acima ser ficcional, um “liberal raiz” pensa dessa forma. Apoiadores de Bolsonaro devem pensar assim, ou votaram no Presidente errado.

Desta forma, a oposição alega o tempo todo que o Crato tem “milhões”. Desta fraca argumentação, surge a Falácia dos Milhões, uma argumentação própria de sofistas, com agenda oculta que não é explicitada para não perder votos.

De fato, o orçamento do Crato é milionário. Em 2019, a receita total do Município alcançou R$ 318,7 milhões. Mas o Crato é um município de médio porte com população estimada de 132.123 habitantes. Desta forma, para fugir da “Falácia dos Milhões” é importante relativizar a receita. Uma forma simples é calcular a receita por habitante. No caso do Crato, a receita por habitante equivale a apenas R$ 201 reais por mês. Com este recurso para cada habitante, o município precisa custear a educação de 18 mil crianças e adolescentes e a saúde de mais de 100 mil pessoas que dependem exclusivamente do SUS. Além disso, o Município mantém limpeza pública, iluminação pública, infraestrutura urbana, entre outras funções sob sua responsabilidade.

Interessante seria a oposição dizer o que vai ofertar ao cidadão de diferente, gastando R$ 201 reais com cada cratense. E ainda, parece que tem como missão sagrada, reduzir impostos dos ricos.

O último censo, realizado em 2010, apontou que o Crato tinha o maior percentual da população com nível superior do interior do Estado. Buscar votos, com agenda oculta e discurso vazio, com uma população educada como a cratense, será uma tarefa árdua para a oposição.