Tarso Araújo
Editor do Leia Sempre
As esquerdas na Barbalha entraram em uma sua mais delicada situação histórica. Depois de protagonizar dois governos sob o comando o PT, entrando esses governos para a história da cidade como governos competentes, e protagonizar em 2016 uma eleição em que perdeu por pouco mais de 100 votos, as esquerdas em Barbalha perderam o rumo.
E o caminho não foi tão longo e pode ser analisado. na pré-campanha
apareceram uma série de pré-candidaturas pelo PT, PDT e Cidadania. Internamente
o PT comandado por Dorivan Amaro inicia uma campanha nos bastidores contra o
mais forte nome do partido, após Fernando Santana, o nome do ex-prefeito Zé
Leite. Zé Leite percebe a manobra do
grupo de Dorivam, mas não se manifesta. Prefere confiar no bom julgamento das
principais lideranças do partido como Camilo, Guimarães e Fernando Santana.
A decisão de lançar Guilherme Saraiva e Vevé Siqueira é tomada sem o
conhecimento dos outros pré-candidatos. Ninguém sabia que os nomes seriam eles
até serem anunciados via redes sociais. Na reunião não estava nenhum outro
pré-candidato como: Zé Leite, Magno, Odair Matos, Expedito Júnior, Geraldo
Sinézio, bem como, não estava nenhum dirigente do PSB ou do PC do B de
Barbalha. As tais pesquisas também nunca
apareceram. Se foram feitas não foram mostradas aos reais envolvidos na
questão, ou seja, partidos, lideranças e pré-candidatos.
Ao final, o PT abre mão da cabeça numa negociação até hoje mal
explicada, os outros pré-candidatos são prejudicados pela campanha do grupo de
Dorivam que um mês antes da decisão ser tomada já tinha espalhado em redes
sociais e grupos que os nomes estavam decididos mesmo sem terem sido. Isso
fortalece apenas a chapa Guilherme Saraiva e Vevé Siqueira. Isso fortaleceu
apenas nomes de pessoas que estão em partidos de esquerda, mas oriundos da
direita, como Guilherme, Vevé e André Feitosa, os grandes condutores da chapa
“escolhida”.
Os principais nomes da esquerda em Barbalha, mesmo calados, começaram a
reagir negativamente a essa chapa que tem claudicado nas suas ações. Não
decola. Tem dificuldades de articulação e se treme na base quando vê Argemiro
Sampaio. Os reais nomes para vencer a disputa estão na esquerda da oposição. E
isso, acredito que o governador Camilo Santana começa a vislumbrar.
A única forma de vencer a eleição é uma pesquisa com todos os
pré-candidatos sendo os dois primeiros os escolhidos para compor a chapa com
todos os partidos de oposição, que não são poucos e podem aumentar ainda mais
caso o governador Camilo consiga apoio do MDB de Eunício Oliveira. Basta o governador articular.
Um pedido do governador a Eunício será negado? Todos podemos crer que
não. Apenas os próximos dias dirão como ficam as articulações em Barbalha, onde
uma parte do PT parece mesmo ter perdido a ideia de que nos momentos ruins ou
bons o PT ainda é de esquerda.