Emerson Monteiro
Advogado e escritor
Grande mestra a História, desde que atentos se
postem os ouvidos fixos nas entrelinhas dos palácios e das ruas. Aventureiros
perspicazes fazem ponto nos cavados de tempo, dando preferência às épocas
obscuras, e lançam mãos de postos vitais, mostrando condecorações duvidosas,
táticas perversas, impostores nos mercados da política. De modo repetitivo as
massas reclamam alternância, mas não se oferecem para isso. Delas tem de vir o
comando. Depois ficou tarde, onde o preço explode nas convulsões indesejadas.
Daí aquele costume de achar que participação
gera aborrecimentos e que os políticos não merecem confiança, enquanto eles
mesmos se revezam eternizados, os custos da indiferença, deteriorando a
pirâmide social.
Temos de encostar de perto nos que se dizem
nossos representantes, pois ninguém merece este título sem cumprir a obrigação
de que foi incumbido. Apenas querer, prometer e sumir pouco significa nos
momentos críticos dos tempos atuais.
Olhos abertos, pois, aos partidos
salvacionistas que assumem de modo ostensivo a prerrogativa, para depois se
escafederem com a panela nos corredores sombrios da corrupção. Prováveis homens
de bem devem primeiro demonstrar suas intenções: antes que os vejamos tais
suspeitos e demagogos.
O jogo de cores/palavras dos meios modernos de
transmitir mensagens se presta à mistificação, dosada pelos grupos que juntaram
forças na sombra. O espaço forjado pela injustiça germina líderes postiços como
mercadoria de feira, maleáveis à propaganda, cabendo-nos avaliações e lucidez
de escolha.
Nenhum homem isolado poderá sentir o sofrimento
de um povo inteiro. Deus nos livre dos falsos cristos e falsos profetas.
Deixemos correr o barco, de preferência sob lideranças honestas e nos padrões
regulares do povo, isento de dores inoportunas.
Assumir quem somos deve significar mérito nas
populações. Liberdade frutifica esperança e trabalho. Guardemo-nos daqueles que
indicam o abismo como fim útil do drama moderno.