Valdir Medeiros
Sindicalista
Apesar da alienação capitalista ter um caráter
subjetivo, onde em determinadas situações apresenta uma situação mais ampla, ou
seja, seria algo com direcionamento macro, em ambas têm o mesmo propósito: a desumanidade na sua essência como forma de
acumular riquezas, em detrimento de uma pequena parcela mundial, que todos os
dias sofrem com os efeitos dessa ganância por lucro promovido por esse sistema
vigente. Há mais de cem anos que a teoria cientifica de Karl Marx vem alertando
para esse distúrbio social no mundo.
Na sociedade primitiva até ao escravismo, a
utilização do dinheiro surgiu para facilitar as relações entre os homens.
Contudo, esse contato e a circulação de dinheiro entre as pessoas, despertou a
ideia de acumulação de renda. Mas, na verdade, a proposta inicial, era tão
somente, promover a comercialização de produtos alimentícios e outros
utensílios e apenas o excedente era objeto de troca. Com o passar dos anos,
isso, de fato, tomou outros rumos. (Ou seja, a ideia ingênua de troca de
mercadoria entre os pares inverteu-se para ganhar outro patamar de lucro).
Com o surgimento intenso do comércio, começaram
a surgir as disputas e concorrências entre as pessoas. A comercialização deixou
de ser exclusiva e coletiva para atender as necessidades de uma pessoa.
Trazendo para uma realidade de hoje, o sentimento de competição entre o ser
humano, nada mais é do que levar “vantagem” e prejudicar o outro para se dá
bem.
Tais diferenciações, produziram o que chamamos
de antagonismo de classes: de um lado, os que lucram, do outro, os
trabalhadores que são massacrados por essa pequena minoria que detém o lucro.
Além disso, essa minoria mundial, que detém o grande capital, ainda tem o braço
do estado para garantir essa hegemonia. Sem se falar, ainda, que existem os
chamados “aparelhos ideológicos” do estado para efetivar esse poder. E quem são
esses aparelhos ideológicos do estado?
Vejamos: a comunicação, a família, a escola e a igreja, são instrumentos
que servem para manter a sociedade “alienada e energizada” e sem a perspectiva
de romper com esse modelo de estado.
Para Marx e Lukács, “ o estado é um organismo especial de repressão a
favor das classes dominantes. ”
Para Marx, a busca incessante pelo lucro, no
meio da sociedade, promove mudanças terríveis nas pessoas. Isso faz com que
tenhamos uma sociedade cada vez mais capitalista. O indivíduo deixa de ter
domínio de suas ações. O ser humano, a cada dia, fica submisso ao desejo de
avolumar fortuna. Isso é um exemplo clássico de alienação.
Assim, o sistema capitalista se apresenta em
várias variáveis. Uma delas é a necessidade de consumo do ser humano para
adquirir “prestigio” na sociedade. Para essas pessoas, o consumismo é a única
maneira de ser visto e mostrar poder. Esse mesmo consumo demasiado serve para demonstrar
status social na sociedade de hoje. Isso mostra que a leitura de Marx está mais
atual do que nunca.