Viver e trabalhar, eis o binômio da paz no
coração das pessoas. Ser honesto diante dos desafios e responder à altura a
responsabilidade perante a existência. Isto é, a bênção de exercitar a saúde e
a coragem de respeitar a face do desconhecido que nos traz até aqui. O dever
das criaturas humanas de cumprir, assim, as determinações ativas da própria
Natureza, numa coordenação por demais justa, porquanto a cada um de acordo com
o que mereça no afã de corresponder à justiça natural.
No transcorrer das gerações, contudo, a
ganância impõe vícios tantos às relações humanas e que vemos são formas
crescidas tais parasitas, no seio das sociedades, poucos detendo o muito da
riqueza e inúmeros a padecer as injustiças ditas sociais; consequência disso,
do descompasso das consciências nefastas. Daí virem lutas de classes e o complô
das minorias em detrimento da grande população, espécie de conflito instalado invés
das sonhadas soluções de harmonia, equilíbrio e progresso.
Esse raciocínio funciona perante a história da
Civilização em largas fases de extermínio das massas tangidas que são aos
mercados de trabalho apenas a título de peças de reposição da máquina cruel dos
poderosos. Houve, sim, processos evolutivos e povos vivem turnos de relativo
senso de organização do trabalho, porém a peso do esforço de líderes e largas
iniciativas da coletividade organizada.
O desejo de paz nos grupos sociais há de
imperar, quando a Justiça representa desejo de todos. Ainda que o ser humano
apenas esboce ações quase incipientes de praticar a igualdade, o mundo das
ideias ora representa as aspirações mais avançadas que os tempos de experiência
ensinam. Trazer ao cotidiano os valores da liberdade e do justo desde sempre
significa o objetivo do pensamento dos sábios, por vezes alimentado no
exercício político demagógico.
Destarte, toquemos em frente o comboio da
História e revivamos o quanto de empenho e sacrifício por que nossos ancestrais
tiveram de passar na intenção de podermos desfrutar do mínimo de leis e juízos
e possamos reduzir a exploração do homem pelo homem. Salve o Primeiro de Maio!
Só estamos nas primeiras letras do que virá.
Emerson Monteiro
Advogado e escritor