27/11/2020

Nesses tempos bicudos. Por Emerson Monteiro



Emerson Monteiro

Advogado e escritor

 

Vistas as experiências de vida, acadêmicas, políticas e religiosas, todos têm sobejas facilidades e fluência em conduzir uma entrevista esclarecida nos dias de hoje.

Quanto aos principais temas a serem trazidos à tona pelos jornalistas, creio que buscarão conhecer as posições diante dos dramas ora vividos, nos vários setores da atualidade. Como sabem fazer, a sobriedade caracteriza as situações. Evitam confrontos diretos, porém mostram firmes pontos de vista dentro da clareza que buscam trazer ao público. A maior carência da hora é a ausência de um líder do porte dos grandes nomes que a história já apresentou nos momentos críticos. O instante que vivemos significa, sobretudo, a crise dos valores morais, políticos, isto é, desde as administrações nacionais, voltados aos interesses particulares de seus povos, quando devemos dirigir nossos objetivos a uma visão global da sociedade humana, em consequência exatamente desse exclusivismo das nações mais poderosas. Elas dominam todo tempo e geram o que aí está, um mundo de profundas injustiças, escravidão dos fortes sobre países colonizados.

Temos que adquirir uma visão crítica, no entanto sem desconsiderar que somos de uma mesma espécie e os interesses devem ser tratados de modo amplo e coletivo. Chega de particularizar, pois, as linhas diplomáticas de países monopolistas em detrimento da natureza, da distribuição das riquezas do Planeta e contar apenas com a ganância dos grupos de domínio.

As teorias sociais também reclamam atualização, sem sectarismo e vingança, porquanto há um futuro que requer maturidade e consciência maior.

Jamais se obterá mundo de paz enquanto durarem as guerras localizadas apenas face aos recursos naturais e à produção em massa de armamentos sofisticados e tecnologia de grupos de comércio com vista aos mercados consumidores.

Assim, diante dessas linhas de pensamento, que vivamos tempo de lucidez e dotemos as lideranças dos meios esclarecidos de visão planetária em que seja o valor essencial a sobrevivência da Humanidade em dias melhores.

A seriedade destes tempos exigem atitudes compatíveis aos desafios, sem sectarismos ou visões estereotipadas. Mais que nunca, chegamos aos limites das fronteiras geográficas e continuam as pessoas padecendo de fome, misérias de muitas causas, ausência de educação, saúde, oportunidades de trabalho, moradia, transportes, enquanto elites se refastelam nos palácios às custas da riqueza de todos pessimamente distribuída.

Há que surgir, portanto, de acordo com esses sinais, personalidades que superem as franquezas do egoísmo e reorientem as nações pelos caminhos da paz e do progresso.