20/11/2020

Cantinho Literário: Coluna semanal com Sarita Bezerra desta sexta-feira, 20/11, do jornal Leia Sempre!!!

 


CANTINHO LITERÁRIO

SARITA BEZERRA

 

Por trás do artista independente



Talvez você até encontre, mas será raro ouvir de algum artista renomado a seguinte frase: “Nunca passei nenhuma dificuldade para ser o que sou hoje!”.  Como se fosse requisito a se chegar ao sucesso, os desafios para que uma arte, seja ela qual for, faça-se reconhecida podem variar de intensidade, e muitas vezes chegam ao artista como meio de derrubá-lo, mesmo que em alguns casos o levem à perseverança.

Quando o artista é independente e conta com seus próprios recursos, surge, para os que o acompanham, a falsa sensação de que esse artista é livre para fazer da sua arte o que quiser, gerando, quem sabe até, ainda mais lucro e menos “dores de cabeça”.  Porém, a liberdade tanto pode trazer segurança quanto incertezas.

Ultimamente tenho conhecido muitos artistas que passaram e passam adversidades, enfrentando barreiras aparentemente intransponíveis para ter seu trabalho reconhecido. Falta de recursos financeiros, tempo, apoio, materiais, são alguns dos percalços mais comuns e que fazem parte da história dos artistas, sendo poucos os que sobrevivem a essa experiência com seus dotes artísticos intactos.

É por essa razão que devemos ser mais empáticos, e, quando não for possível apoiar financeiramente, fazer isso ao menos por palavras; ou até evitando-as, caso não seja para fazer crescer.

Como artista, sendo também independente nesse sentido, acredito ter autoridade para dizer que por trás de cada arte há alguém que luta para mantê-la viva no mundo e em si mesmo.

Reflito: E se, diante das tribulações, o artista desistisse de enriquecer o mundo com a arte?

Ah, gente, considerem comigo também! E, por favor, valorizem os artistas!

 

Dica de Leitura



O Silmarillion

É um livro de J. R. R. Tolkien, renomado filósofo, escritor e professor universitário, criador das consagradas obras O Hobbit e O Senhor dos Anéis. O Silmarillion possui um texto diferente dos já produzidos pelo autor, talvez por ser um livro póstumo, dirigido e concluído, quatro anos após sua morte, por Christopher Tolkien, um dos seus filhos. Foi idealizado para funcionar como texto fundador de toda a criação de Tolkien, servindo de livro-consulta, uma enciclopédia para quem quer obter informações sobre o universo-fantasia do cânone tolkiano. Quem já leu O Senhor dos Anéis, por exemplo, sabe que em alguns momentos há narrativas que vão remeter a histórias antigas, dando nada mais que uma pincelada sobre as mesmas. Em O Silmarilion, você encontrará a transcrição dessas histórias, de uma forma resumida, mas necessária para quem quer obter informações sobre, por exemplo, como se deu o surgimento de Sauron, de onde vem os elfos, os homens, dentre outros personagens criados por Tolkin. Isso, claro, para quem já leu os livros anteriores. Se você quer entrar no mundo da fantasia desse autor, o ideal mesmo é começar por este livro.  Então, pega a dica de leitura de hoje!

 

 

Eu Artista


E o artista de hoje é...

Graduado em Letras pela Universidade Regional do Cariri (URCA), além de radialista, humorista e palestrante. Henrique Vidal ama se aventurar com as palavras em seus textos.

 


          


          AMOR

Tem casal que fica lindo

quando perto, bem juntinho

Uma soma de afeto

transbordando de carinho

 

Tem amor que é egoísta

desse jeito ele faz mal

Esse nunca chega longe

tá escrito seu final

 

Amor tem que ter ternura

tem que saber partilhar

É um sentimento lindo

pro poeta recitar

 

O amor mexe com a gente

faz o corpo estremecer

Vai deixando a gente bobo

tudo faz acontecer

 

O durão fica molinho

carinhoso, diferente.

É assim que acontece

quando o amor toca a gente

 

 

Solidão é diferente

deixa a gente tão pra baixo

Tão sem plano, arredio

fica faltando um pedaço

 

Se você tem um amor

cuide com muito carinho

Só quem sabe o que é sofrer

É que quem vive aí sozinho

 

Tem estórias tão bonitas

contadas nesse planeta

Lembro do amor perfeito

de Romeu e Julieta

 

Tem coisas que são difíceis

não se dá pra imaginar

Já pensou Tarcísio Meira

sem a Glória pra amar?

 

Abra os olhos, viva isso

deixe o amor acontecer

Pois sem amor não se vive

é arriscado padecer.


 

 

 

 

 

Tirinhas do Chiclete


Quer conhecer toda a turminha do Chiclete? Então, não deixe de conferir o canal no YouTube e o Instagram: @tvchiclete.

 

 

Edson D'car, o pai do Chiclete.


Depois que me assumi artista, passei a conhecer outros artistas também, o que para mim é uma das vantagens da arte.  Dentre esses está o Edson D’car, carioca, casado, pai de dois filhos e que se encontrou na arte quando ainda era criança. Cartunista de “mão cheia” e autodidata, Edson tem embelezado nosso Cantinho Literário com as tirinhas do Chiclete, cachorrinho criado em 2007, que junto com sua turminha faz parte deste espaço.

Conheça um pouco da trajetória do pai do Chiclete e sua turma, contada por ele mesmo:

“Aos meus 12 anos, descobri que o desenho era o que eu queria para minha vida. Nessa época, eu era fanático pelas revistas da Turma da Mônica, tinha todas que saíssem no mês. Mas meu primeiro desenho foi o Zé Carioca.

Como na época, não existiam tantas facilidades como hoje, aprendi tudo só olhando e desenhando muito. Aos 16 anos, publiquei minha primeira tirinha em um jornal, mas não durou muito tempo, apenas um mês, eu era novo e os editores não apostaram em mim. Continuei tentando, fui para o Jornal do Brasil, aqui no Rio, aos 17 anos. Lá fui humilhado e o responsável disse que eu não era bom e que eu deveria desistir. Decidi que pararia de tentar por um tempo e acabei passando longos anos longe da minha arte. Trabalhei em várias áreas que não tinham nada a ver com o que eu realmente gostava de fazer, até chegar à cartazista em um supermercado. Nessa época publiquei em um pequeno jornal, foram uns 8 meses mais ou menos. Depois comecei a produzir fanzines com outros colegas. Nesse período, fechei com uma empresa para exercer o cargo de ilustrador freelance, produzi capas de cadernos, livros de colorir e outros, inclusive para outros países. Foram uns 10 anos. Também fiz livros e logos para pequenos clientes. Depois disso, fui parar em uma gráfica e, em seguida, criei o personagem com o qual trabalho hoje, o Chiclete. ”


Material publicado na edição nº 34 do Jornal Leia Sempre desta sexta-feira, 20/11, Dia da Consciência Negra no Brasil!!!!