A cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica, é
considerada uma das maiores riquezas do estado de Minas Gerais, localizada a 95
quilômetros de Belo Horizonte.
Dotada de uma arquitetura barroca, criada por
artistas como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e com a participação de
escravos, a cidade se tornou palco de manifestações culturais e históricas do
ciclo do ouro no Brasil.
A arte de Aleijadinho é mundialmente reconhecida
como a maior produção do barroco nacional, de caráter sacro e religioso, tendo
o mesmo adaptado os estilos europeus ao estilo que o Brasil ainda não possuía.
No século XVIII, vivenciou a Inconfidência Mineira,
a libertação do seu povo em relação aos domínios da corte portuguesa e o fim
das altas taxas de impostos cobrados sobre a mineração. Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes, tornou-se o mártir do movimento da inconfidência, porém,
foi enforcado em praça pública.
O nome da cidade não esconde o que a mesma
representava para a economia da região. A maior movimentação econômica já
vivida ali foi em razão das extrações de ouro e outros minérios, tornando-a
alvo dos países da Europa.
Com a mudança da capital para Belo Horizonte, no
ano de 1897, Ouro Preto perdeu boa parte de sua movimentação, conseguindo
manter seu patrimônio longe das modernidades da urbanização, mantendo sua
arquitetura intacta.
Em 1938, a cidade foi tombada como Patrimônio
Nacional, a fim de amparar as tradições culturais lançadas pelos modernistas,
mantendo em sua memória os fatos históricos do Brasil que foram ali vividos.
Devido às íngremes ruas, estreitas, em
paralelepípedos, que seguem as ladeiras da paisagem local, e casas em estilo
colonial, Museus e Igrejas, em 02 de setembro de 1980 foi agraciada pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como
patrimônio Cultural da Humanidade.
Nas últimas décadas, a cidade teve um crescimento
acelerado, em virtude das faculdades ali implantadas, como a Universidade
Federal de Ouro Preto, ocasionando uma expansão desordenada e fora dos padrões
da UNESCO. Muitos fizeram reformas em imóveis tombados, sem as devidas
autorizações do órgão.
Porém, alguns projetos já foram realizados a fim de
solucionar os problemas, como a criação da Secretaria Municipal de Patrimônio e
Desenvolvimento Urbano, a implantação do Plano Diretor da cidade e a lei de
ocupação do solo.
Em 2003, Ouro Preto esteve perto de perder sua
titularidade, em decorrência da degradação ameaçadora da arquitetura barroca,
através de um incêndio que destruiu grande parte de um casarão do século XVIII,
situado na Praça Tiradentes.
A diversidade histórica da cidade é composta por
mais de 10 igrejas, vários “passos” que representam a paixão de Jesus Cristo, 9
museus, casarios arquitetônicos, 2 oratórios, chafarizes, pontes, mirantes,
além dos passeios ecológicos e do parque estadual do Itacolomi.
Por Jussara de Barros I Graduada em Pedagogia
(no site Brasil Escola)