(foto: Diário da Região)
Marcos
Leonel
Cidadão
do Mundo
A pilantragem política de Bolsonaro tem feito escola na república medieval. Desde que foi ressuscitado dos porões do baixo clero, pelo nazifascismo das elites brasileiras e passou de figurante para protagonista, os referenciais maiores do que se tem de pior na índole da coisa pública foram postos na mesa, configurando a destruição do que resta do país. O método bolsolavista é um almanaque supremo de decadência moral e de falência múltipla da dignidade.
Trair
e trair importa mais do que construir um caminho plausível de eleição sua e de
seus comparsas apoiados pela estirpe totalitária, negacionista e entreguista do
mandatário em curso. Sabotar e sabotar a própria gestão que faz parte, bem como
o próprio povo ludibriado pela lábia dos canalhas, importa muito mais do que
entrar para a história pela falsa porta estreita por onde passam os suspeitos.
O ilusionismo de uma conduta ilibada, sem falcatruas e pronta para servir a
Deus, acima de tudo, já não engana mais. Só mesmo as ovelhas mais imbecis
continuam pastando entre as fezes.
Ele
apoia discípulos que acreditam na força da violência, no armamento da
população, na truculência facínora de parte das polícias, inclusive federal.
Ele dissemina o ódio e cultiva a perseguição de oponentes ideológicos através
da mentira e do falso testemunho. Nunca as redes sociais foram utilizadas de
maneira tão vil e maquiavélica para destruir reputações e desconstruir a
verdade. O primitivismo negacionista de sua ideologia fascista sepulta
solenemente qualquer possibilidade mínima de desenvolvimento: sem ciência, sem
pesquisa, sem educação pública, fica praticamente impossível pobre ser mais do
que ser pobre.
Bolsonaro
é o vaqueiro que está fazendo a boiada passar. Devastação do meio ambiente é o
seu nome, seu sobrenome é o sucateamento das políticas públicas de combate às
desigualdades sociais e de proteção da cidadania. Exterminar direitos do
trabalhador é o seu passatempo favorito, bem como violar direitos humanos é sua
obsessão mais sombria. Em sua gestão nunca a máfia de toga foi tão arrogante,
tão prepotente e mais supremacista do que antes, nunca a face bandida da
justiça tinha dado as caras com tamanha celebridade. As carteiradas vão desde a
licença para matar e agredir a base da sociedade, como também humilhar qualquer
um, tendo o abuso do poder como arma de destruição em massa.
Entre
os maiores legados da era terraplanista está a transformação das forças armadas
em tropas milicianas, com direito ao tráfico internacional de drogas em avião
militar, nepotismo, desvio de armas e munições, facilitação de venda
indiscriminada de armas sem rastreamento, distribuição de cargos para
familiares, agregados, amantes e distantes, farras com o dinheiro público e uma
super fabricação superfaturada de toneladas de cloroquina, que mesmo com toda a
propaganda falaciosa oficial, não teve eficácia nenhuma para impedir a morte de
mais de cem mil vítimas da covid-19. Além de transubstanciar Aras e Mendonça em
sabujos descarados, Bolsonaro decretou a rachadinha como sendo meio lícito de
enriquecimento ilícito. Mas o seu maior feito foi elevar a ignorância
idiotizada em aparato bélico nacional, com direito a escolher a camisa da
seleção azul ou amarelada dos sete a um.
Todo
esse arcabouço original da política brasileira tem se diluído nas disputas
eleitorais para prefeito e vereadores. Enquanto a esquerda patina em seu
anacronismo latente, as forças fascistas começam a bater de porta em porta,
numa tentativa desesperada de dar continuidade ao desvario coletivo do
submundo. É possível identificar essa estirpe no Cariri. Aqui existem desde os
elementos que sabotam as próprias gestões, traindo os próprios eleitores, ainda
os que posam de honestos e protagonizam roteiros de traição nas redes sociais,
e também os ungidos na patifaria das igrejas atacadistas. O circo já foi
montado.
Material publicado na edição desta sexta-feira, 14,
no jornal Leia Sempre