E,
o Matuto do Pé Rachado partiu...
Pedro
Bandeira Pereira de Caldas, o poeta, o cantador, o repentista, o cordelista, o radialista,
o apresentador, o filósofo, o advogado, o político, o homem de bem... foi para
outra dimensão. Partiu em uma segunda-feira, logo no início da tarde. Não
esperou a Hora do Angelus e nem mesmo o recital do Ofício das Almas tão rezando
pelos sertanejos. Foi apressado ao encontro de outros tantos poetas e poetisas.
Foi alegrar o outro lado com sua voz firme, com seus versos belos e de uma
poesia inigualável.
O
Poeta Pedro Bandeira fará uma falta imensurável ao nosso Juazeiro do Padim
Ciço. É como se um pedacinho do Juazeiro tivesse ido com ele. Nós devemos muito
ao poeta. Ele levou o nosso município para os quatro cantos do país. Como poeta
renomado que era vez inumeráveis versos exaltando nosso Juazeiro e o Cariri
Cearense. Também nos representou no Legislativo Municipal. Merece muitas e
todas as homenagens.
Lembro
e lembrarei sempre do Pedro Bandeira, o poeta, o amigo. Sempre hospitaleiro.
Recebia a todos na sua residência. A alegria era ímpar. Estive lá proseando com
ele algumas vezes. A gente perdia a noção do tempo ao escutá-lo. Minha
admiração por ele vem desde terna idade. Cresci ouvindo meus tios e minhas tias
maternas, minha mãe, avós falando da sua maestria, do seu famoso auditório, das
suas cantorias, das animações nas renovações do Sagrado Coração de Jesus e
Maria pelos sítios...
Estive
no auditório da Rua Da Conceição duas vezes a convite do Poeta Pedro Bandeira.
Lugar lindo. De muito bom astral. De muitas histórias. Pedro mostrou e falou de
tudo, de cada canto, de cada espaço daquele local mágico. Isto na primeira vez.
Na segunda vez ele fez uma cantoria. Estavam lá ele e os irmãos também poetas João
e Francisco, uma sobrinha e sobrinho (filhos de Cícera Bandeira) e alguns bons
amigos. Fiquei até o fim... E, de repente percebi que estava tarde, quase 23h.
Estava sem transporte. Tive que pedi uma carona ao Poeta. E, ele disse que
seria uma satisfação. Levou-me pra casa e só saiu junto com seu motorista
quando entrei. Saiu acenando. Fiquei tão “paba” (acho que ele ia gostar dessa
expressão).
Outro
momento que ficou eternizado na minha memória foi uma apresentação que organizamos
em parceria com o Centro Cultural do Cariri Banco do Nordeste do Brasil –
CCCBNB, Universidade Regional do Cariri – URCA por meio do Curso de História e
das acadêmicas: Janileide Bandeira, Lídia de Fátima Furtado Lima, Lucilene
Gomes dos Santos (lá de Serrita), Luciana Barros e eu juntamente com a direção
da Escola de Ensino Fundamental José Marrocos. Tivemos o lançamento de um
cordel, intitulado Da Cidade Perdida ao Pio XII: o vivido, o lembrado e o
esquecido feito pela Poetisa e professora Rosimar Araújo em parceria com os
alunos dos 6º e 7º anos daquela escola. E, quem abrilhantou o evento foi o trio
e poetas, netos de Manoel Galdino: Pedro, João e Francisco. E, tome poesia ali
na pracinha do bairro Pio XII, pracinha da Capela de Nossa Senhora da
Conceição.
Poeta
sua obra é vasta. Ficará eternizada. Partiste para outra esfera, mas seu legado
e bons exemplos são nosso consolo e esperança que o mundo ainda tem cor. Fica
na paz dos justos. Que seu novo habitat seja de luz e muita poesia.
Da
sua amiga e admiradora,
Ana
Paula Monteiro Martins