Recife, 30 de agosto de 2020.
Prezadas e prezados parlamentares Adauto Araujo, Claudinor Mota, Preto Macedo, Rita de Cássia, Luciene Teles de Almeida, Jacqueline Gouveia e Vieira Neto:
Recebi seu ofício comunicando votos de parabéns por minha trajetória profissional de escritor. Iniciada no Juazeiro, essa caminhada reflete um modo próprio de dar ciência do mundo através da literatura. Fico feliz por sua atenção.
Espero que essa casa do povo de Juazeiro do Norte, que leva o nome de Floro Bartolomeu, consiga, através de ações, responder com dignidade ao grande assalto à democracia que tem se tornado o governo Bolsonaro e suas variações. Neste momento de eleições municipais, precisamos começar a defenestrar a política reducionista, o negacionismo científico, o aparelhamento da máquina pública para eliminar inimigos que tem sido a prática costumeira da era Bolsonaro.
Temos visto muita gente do campo das direitas, de várias gradações políticas, constatarem essas verdades e irem, também, dizendo Basta! a tantas arbitrariedades. São nossos convidados para iniciarmos um debate mais generoso e amplo no campo das ideias, para construirmos juntos munícipios fortes, estados plenos, nação autônoma.
E esta é a hora. E para essa nova empreitada no campo das conquistas democráticas, contem comigo e com os meus.
Fico feliz de a minha cidade poder, através dessa Casa, reconhecer o trabalho de uma vida, de um escritor. Mas não poderia ficar amplamente feliz se não citasse o nome de escritoras e escritores do Juazeiro, de ontem de hoje e sempre, aos quais e às quais o poder legislativo e o executivo da cidade podem ouvir para a construção de um Plano Municipal do Livro e da Leitura e para a definição e recuperação de políticas públicas da educação e da cultura no nosso Juazeiro.
Nisso têm igualmente meu/nosso apoio.
Quero que o gesto de cortesia dessa Casa seja extensivo a escritores e escritoras, de todos os tempos, do Juazeiro, muitos que iniciaram sua trajetória ao mesmo tempo que eu, com o apelo de que sejam ouvidos e ouvidas para a construção de melhor cenário para a cultura do Juazeiro e da região.
Esta homenagem, portanto, estendo a: Íris Tavares, Coriolano de Matos, Marcos Vinicius Leonel, Fábio José Cavalcanti de Queiroz, Anchieta Mendes, Giezi Souza, Cícero de Tarso, Hamurabi Batista, Almerinda Helen, Neuma Xenofonte, Lupeu Lacerda, Abraão Batista, Emerson Monteiro, José Flávio, Fankka Santos, Shuely Cristina, Stenio Diniz, Geraldo Oliveira, Franco Barbosa, Lindemberg de Aquino, Domingos Sávio, Cleílson Ribeiro, Cláudia Rejane, Wilson Bernardo, Daniel Batata, Bruno Rass; por extensão a todos os coletivos femininos e feministas de literatura da cidade, a coletivos outros como o Green Valeys, entre tantas outras trajetórias das quais não consigo dar conta aqui, e importantes, mas saúdo e peço atenção às que só se iniciam, em nossa terra.
Tudo isso segue também, em memória e agradecimento ao legado de Daniel Walker, Geraldo Barbosa e Pedro Bandeira, escritores que os juazeirenses perderam recentemente, mas dos quais a obra não pode ser esquecida.
Atenciosamente,
Sidney Rocha I escritor