Advogado e escritor
Nada é
tão importante para o homem como sua condição, e nada lhe é tão temível como a
eternidade. Blaise
Pascal
Diante do silêncio absoluto das estruturas universais,
entretanto, que mais senão a oportunidade que bem lhes significa existir?!...
Face a face, pois, consigo próprios, seguem os passos do instante inesgotável,
enquanto vivem os seres humanos. Que alternativa lhes caberia qual não fosse
tocar em frente o desejo de ser feliz e encontrar a resposta? Experimentar
todas as máscaras do semblante, reapresentar a si o espetáculo do Sol, e
adormecer no colo do que carrega consigo há milênios nas fibras do coração?...
Em uma velocidade inevitável, tempo sobre tempo escorre-nos
entre os dedos a lâmina de aço da história nas cólicas do destino. Os demais
são meros espectadores de nós, e nós deles que também o somos. Testemunhos das
cenas dantescas do desparecimento na Eternidade, vez em quando reaparecem/emos
cenários adentro, fantasmas de notícias ocasionais.
Claro que isso de pisar este chão é tarefa intrigante,
estonteante. Reino de senhores onde predomina a força da matéria e resulta em
submissões e fantasia, uns se entredevoram, resolvem falar mais alto, e outros
aceitam humilhação dos valores espúrios a troco de deixarem comer e ir em paz.
Ninguém mesmo detém a ciência do espírito com toda a coerência, porém se acham
donos do saber e das interrogações. E nisso transcorre calorosamente o século ao
sabor das esferas próximas ou distantes.
Vez por outra afloram racionalistas que dizem vir do
pensamento a justificativa dos astros. Quase num só momento, vêm arautos do
invisível que estabelecem bases nos tempos abstratos. Conquanto restritos a
conceitos só mentais, resta aos indivíduos mergulhar o íntimo e desvendar
princípios nos trilhos da consciência, o que permitirá, belo dia, na solidão
das estrelas, acender as horas inevitáveis da luz no Ser em movimento.
(foto: site Quero Bolsa)