De acordo com a previsão da Confederação Nacional dos Municípios
as cidades brasileiras serão afetadas em todos os tributos que arrecada,
podendo essa perda chegar a 30 por cento. Em abril em muitas cidades
brasileiras as perdas já chegaram a 24 por cento.
Dados da Campanha Nacional pelo Direito à Educação estima que estados e municípios brasileiros
irão perder em arrecadação algo em torno de 52,4 bilhões, dinheiro que deveria
estar circulando na educação e vai fazer falta.
É bom lembrar que essa ajuda financeira aos municípios brasileiros, portanto, incluindo os municípios
da Região do Cariri não será uma receita extra para os municípios, pelo contrário,
essas novas receitas que chegarão oriundas do Governo Federal e aprovadas pelo
Congresso Nacional que agiu com mais celeridade que o governo Bolsonaro servirá
apenas para cobrir o rombo do dinheiro perdido com a queda dramática das
arrecadações.
Ou seja, o governo Bolsonaro não está enviando mais
dinheiro para os municípios, como se prega em muitas fake news, mas enviando
recursos que os municípios já deixaram de arrecadar.
Outro fato dramático da atual conjuntura é a falta de
preocupação com a educação brasileira por parte do governo Federal. O governo Bolsonaro
não criou um fundo de financiamento às redes de ensino, daí porque municípios e
estados estão com a corda no pescoço e
sem dinheiro para cumprir metas com a educação.
Óbvio que essa situação não explica de todo os problemas.
Na realidade, servidores e educadores
nada tem a ver com a falta de competência e compromisso de muitos gestores com
a educação e a boa qualidade dos serviços públicos, mas explica o fato de que
hoje falta dinheiro para municípios e estados que enfrentam a pandemia enquanto
o governo Bolsanaro resolve esticar a corda das polêmicas e crises da política.
Essa situação portanto, chega ao Crato e já deve estar
preocupando servidores e lideranças sindicais. Na última semana por teleconferência
aconteceu uma reunião entre membros da
administração municipal e o Sindicato dos Servidores.
A ideia da reunião on line foi debater a situação
financeira da cidade e os direitos dos servidores.
Na
oportunidade o secretário de Finanças, Carlos Eduardo apresentou a forte queda
da arrecadação e a insuficiência do auxílio federal para cobrir as perdas
salariais.
Lembrando
que no pagamento de julho, estava previsto o pagamento do adicional de férias
dos professores e 6.42% de reajuste para professores. A administração não
confirmou o pagamento dos benefícios por falta dos recursos, já que os valores enviados
para repor as perdas de arrecadação não são suficientes para isso.
O secretário de Finanças do Crato afirmou também que não
será possível pagar a primeira parcela do 13. Salário, como tradicionalmente
ocorreu em 2017, 2018 e 2019. A única boa notícia foi a confirmação do
pagamento normal dos salários, sem atrasos, no dia primeiro de julho.
Essa
situação deve gerar conflito com a entidade sindical. Pois os professores não
terão seu segunda parcela do reajuste e o adicional de férias na conta, pelo
menos, por enquanto.
A
prefeitura ainda não deu uma data quando poderá retomar as reuniões e estabelecer
alguma vantagem salarial para os professores e demais servidores.