De Eduardo Barretto na Coluna de Guilherme Amado na Revista Época.
Um integrante do protesto do grupo extremista ‘300 pelo Brasil’ em frente ao STF, com tochas e máscaras em 31 de maio, estava em Brasília custeado pelo governo Bolsonaro.
Desde abril, Melquisedeque Sant’ana é monitor do Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve), ligado à Secretaria Nacional de Juventude, do Ministério dos Direitos Humanos.
O contrato foi assinado no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, do Ministério de Ciência e Tecnologia.
O bolsista tem 23 anos, mora em Campo Grande (MS) e cursa Gestão Pública em uma faculdade particular.
Sant’ana tem recebido bolsas mensais de R$ 1,2 mil para “levantar dados sobre as unidades de juventude que aderirem ao Sinajuve no Mato Grosso do Sul” e “disseminar informação sobre o Sinajuve no Mato Grosso do Sul”. O contrato vai até março de 2021.
Por vezes, o estudante vai a Brasília para cumprir expediente na Secretaria Nacional de Juventude. Uma delas foi naquele fim de maio, quando o grupo chefiado pela extremista Sara Geromini se postou em frente ao STF com tochas e máscaras.
Geromini ficou presa por dez dias, por ordem de Alexandre de Moraes.
“Estive sim na manifestação das tochas no Supremo, junto com os 300 e a Sara. Não foi nada nazista como o pessoal falou. Não foi para confrontar, mas para mostrar nosso luto pelo país. Até onde eu sei, não sou alvo do STF. O processo corre em segredo judicial. A gente não sabe, né?”, disse Sant’ana, afirmando ter estado em Brasília na ocasião para fazer o cronograma das adesões ao Sinajuve.