Os municípios que formam o triângulo Crajubar e
são os principais espaços geográficos da nossa região, juntos, já ultrapassam
mais de 3 mil casos confirmados de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
O último boletim deste sábado 27, confirmam 325
casos em Barbalha, 2.440 casos confirmados em Juazeiro do Norte e 739 casos em
Crato, num total de 3.504 casos.
O mais alarmante do caso é que se a curva de
infectados no Crajubar crescer exponencialmente como cresceu de 30 de maio até
27 de junho poderemos ter um caso grave de crise na saúde pública apenas no
Crajubar, isso, sem falar nos diversos outros municípios do Cariri.
Um exemplo disso é o caso do Crato. No dia 2 de
junho eram 82 casos confirmados por coronavírus. No boletim expedido neste 27
de junho (portanto, são apenas 25 dias) a cidade crava 739 casos confirmados e 30 casos suspeitos.
Em Juazeiro do Norte no boletim do dia 1º de
junho eram 390 casos confirmados e 26 dias depois chegou a 2.440 casos.
Em Barbalha no dia 1º de junho eram 72 casos
confirmados e neste 27 de junho (26 dias depois) chegou a 325 casos
confirmados.
Se fizermos um cálculo simples para sabermos a
projeção desse crescimento dos casos podemos encontrar números preocupantes.
Isso significa que em Crato os 82 casos do dia
2 de junho são referentes a 12,8 por cento dos casos apenas dos confirmados em
26 de junho que são 739 casos. Ou podemos fazer outro cálculo. 100 por cento de
82 é na matemática simples 82 vezes dois que dá 164. Se calcularmos então o
aumento de caso no Crato fica em 900 por cento.
Se seguirmos o mesmo exemplo Juazeiro do Norte
cresceu algo em torno de 600 por cento dos
casos e Barbalha cresceu algo em torno de mais de 400 por cento.
Nenhum município tem nada a comemorar e esses
números na minha opinião devem servir única e exclusivamente para que as autoridades
governamentais e sanitárias da Região do Cariri e do Ceará tomem medidas
severas, urgentes e eficazes para barrar esse crescimento.
Se isso não for feito e tivermos um crescimento
similar, visto que aqui em Juazeiro do Norte, por exemplo, mesmo com o chamado
lock down observamos as pessoas nas ruas, bares abertos, pessoas fazendo
aglomerações e até feiras em determinados pontos da cidade.
Se esse ímpeto da população em teimar em sair
de caso em casos desnecessários, somados ao desconhecimento da doença, a
desinformação, a falta de foco no problema, e a postura de setores da sociedade
que concordam com o presidente desatinado que o coronavírus é apenas uma
gripezinha e vão às ruas, então poderemos até esperar coisa pior.
O poder público, no nosso caso, governo do
Estado e prefeituras devem tomar as rédeas da situação visto que não contamos
com um presidente da República, tampouco com o Ministério da Saúde.
Lembrar que como ação positiva os municípios de
Barbalha e Crato ontem decretaram em acordo com o Governo do Estado o lockdown.
Isso acontece em outras cidades do Ceará como
Iguatu e Tianguá.
Outra cidade em lockdown é Brejo Santo.
Ontem nas redes sociais vimos vários amigos, colegas de rádio e médicos com o Dr. Santana alertando para os leitos ocupados em 100 por cento. Não é uma gripezinha e precisamos do esforço agora de todos.
Os avisos estão dados e cabe ao Poder Público
agir e cabe à população entender e
atender as orientações dos especialistas.
Não podemos mais perder vidas no Cariri.
Tarso Araújo é radialista
Editor do blog e jornal Leia Sempre