(Sindicalista Valdir Medeiros)
Todos
nós sabemos que o 1º de maio é uma data histórica para o conjunto da classe
trabalhadora. Essa comemoração surgiu a partir do dia 1º de maio de 1886, em
Chicago, nos Estados Unidos, quando tivemos a maior greve nesse estado, tendo
uma adesão de 340.000 mil trabalhadores parados. Muitos trabalhadores tiveram
suas vidas ceifadas nos dias seguintes desse movimento paredista. É uma data
carregada de muitos simbolismos, em virtude de representar a luta por igualdade
social em todo mundo. É nesse momento que
devemos fazer uma reflexão sobre as reais condições de vida dos trabalhadores e
as expectativas de avanços na atual conjuntura.
E
o momento não é nada bom. Vivemos um cenário muito sombrio. Em plena pandemia
do Coronavírus, aliás, uma das maiores no Brasil e no mundo, o trabalhador vive
com o pesadelo de ser mais um nas estatísticas do desemprego. Antes da crise do
COVID 19, o Brasil tinha mais de 12 milhões de desempregados. Hoje, esse número
deve ser bem maior. Milhares foram demitidos ou tiveram seus contratos
suspensos. Mesmo com a ajuda emergencial de R$ 600,00, por três meses do
Governo Federal, que a princípio sugeriu o valor de R$ 200,00, apenas alivia um
pouco o sofrimento do trabalhador. Frise-se ainda, que por conta da burocracia
técnica da Caixa Econômica, muitos ainda não conseguiram sacar a primeira
parcela. É nesse contexto que o trabalhador se encontra.
Em
meio a esse momento de isolamento, algo de bom aconteceu: trata-se da revogação
da Medida Provisória 905, a famigerada proposta da “carteira verde e amarelo”,
apresentada pelo Governo Bolsonaro. Ela caducou, ou seja, não foi apreciada e
votada no Senado Federal. Essa proposta atacava frontalmente os direitos
históricos dos trabalhadores. Um dos ataques seria a vigência do contrato de trabalho
de 24 meses, além de chancelar a idade máxima de 29 anos para o trabalhador. É
bom frisar que as centrais sindicais, promoveram tensos debates na Câmara e no
Senado, no sentido de mostrar os verdadeiros males da proposta em questão.
Por
fim, estamos todos mantendo o isolamento social, que por sinal, é a única
maneira de frear o número de casos do Coronavírus. Amanhã seria um dia de
muitos atos e protestos no Brasil e no mundo. Mas nem por isso, a data
universal do dia do trabalhador não vai ter um momento de reflexão e luta por
dias melhores. Durante todo dia, várias centrais vão estar promovendo debates e
discussões virtuais nas redes sociais. O importante é sabermos que esse dia vai
ser sempre um dia de lutas!
Valdir Medeiros
Secretário Estadual de Comunicação da Intersindical