27/04/2020

Mortes pela covid-19 crescem 45% nos bairros pobres em uma semana

O crescimento do número de mortes causadas pelo contágio da covid-19 (suspeitas ou confirmadas) na capital paulista vem refletindo a desigualdade social de uma cidade que concentra 60% de suas unidades de terapia intensiva (UTI) em apenas três distritos. Na última semana, entre os dias 17 e 24 de abril, houve aumento de 45% nas mortes ocorridas nos 20 distritos mais pobres do município. Já nos 20 distritos mais ricos o aumento foi nove pontos percentuais menor: 36%. A média na cidade foi de 38%. Os dados obtidos pela RBA são da Secretaria Municipal da Saúde, e ainda não foram divulgados oficialmente.
Em números absolutos, a desigualdade  as mortes causadas pela covid-19 também é clara. Embora tenham um menor número de casos, os 20 distritos mais pobres saltaram de 474 mortes para 689, entre os dias 17 e 24. No mesmo período, os 20 distritos mais ricos tiveram aumento de 263 para 357 no número de mortes. Em toda a cidade, o número total de mortes subiu de 1.935, no dia 17, para 2.688, no dia 24.
Os distritos com o maior número de mortes por covid-19 seguem sendo Brasilândia, na zona norte, com 81, e Sapopemba, na zona leste, com 77. Ambos tiveram aumento em torno de 50%. Já o maior aumento percentual ocorreu no Jardim Helena, também na zona leste, com 120% – de 15 para 33 mortes em uma semana. Já o distrito do Morumbi, onde o primeiro caso foi confirmado, teve uma nova morte por covid-19 em uma semana, indo de sete para oito casos.