31/03/2020

Cariri é segunda região com mais notificações de dengue

O Cariri é uma das regiões com o maior número de casos notificados de dengue, zika vírus e chikungunya no Ceará. Foram 1.950 notificações somente nos três primeiros meses de 2020: 119 de chikungunya, 1.802 de dengue e 29 de zika vírus.

A região fica atrás apenas de Fortaleza, que contabiliza 4.814 notificações.

Considerando as nove cidades que compõem a Região Metropolitana do Cariri, Crato foi o município que mais notificou casos (211, ao todo), de acordo com indicadores da plataforma IntegraSUS, disponibilizada pelo Governo do Ceará.

Na sequência, estão Juazeiro do Norte (119 notificações), Caririaçu (74), Barbalha (49), Missão Velha (48) e Nova Olinda (48), Jardim (33), Farias Brito (21) e Santana do Cariri (duas).

As estatísticas promovem um alerta dado por especialista e setores de Vigilância em Saúde das cidades caririenses: mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, a população da região deve ficar atenta e prevenir-se também contra as arboviroses.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil viverá, nos próximos meses, três picos simultâneos de dengue, H1N1 e coronavírus.

Segundo o médico infectologista Pablo Pita, o Cariri é uma das regiões que mais registram casos de arboviroses todos os anos. Ele relata que, atualmente, tem observado um “aumento muito grande” dos casos de dengue.  Diante deste cenário de epidemia do coronavírus, o médico enfatiza ser importante à população ampliar a prevenção contra as arboviroses, “porque as emergências estão muito direcionadas ao cuidado e à prevenção do Covid-19.

Então, a população pode encontrar alguma dificuldade de acesso a algumas emergências porque, basicamente, os protocolos estão bem direcionados à Covid-19, já que é uma doença que tem uma transmissibilidade bem maior”. Setores de Vigilância em Saúde de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha comunicam que as ações de combate às arboviroses não cessaram com a pandemia do coronavírus, mas foram adaptados.

“Por conta do coronavírus não podemos aguardar a quarentena passar para combater o mosquito, porque poderia ser tarde”, diz a coordenadora do setor em Juazeiro do Norte. “Estamos seguindo as recomendações de distanciamento, mas realizando atividades de fiscalização e eliminação de depósitos em terrenos baldios, monitorando prédios públicos e atuando nas orientações à população, por meio das visitas domiciliares, que foram adaptadas”, complementa a coordenadora de Vigilância de Crato, Arlene Sampaio.

Em Barbalha, segundo a coordenadora Nayara Rodrigues, “os agentes de endemias continuam fazendo busca ativa de focos bem como o tratamento dos focos encontrados”