O Cariri é uma das regiões com o maior
número de casos
notificados de dengue, zika
vírus e chikungunya no Ceará. Foram 1.950 notificações somente nos três primeiros meses de 2020: 119
de chikungunya, 1.802 de
dengue e 29 de zika vírus.
A
região fica atrás apenas de
Fortaleza, que contabiliza
4.814 notificações.
Considerando as nove cidades que
compõem a Região Metropolitana do Cariri, Crato foi
o município que mais notificou casos (211, ao todo),
de acordo com indicadores
da plataforma IntegraSUS,
disponibilizada pelo Governo do Ceará.
Na sequência, estão Juazeiro do Norte (119 notificações), Caririaçu (74), Barbalha (49), Missão Velha (48)
e Nova Olinda (48), Jardim
(33), Farias Brito (21) e Santana do Cariri (duas).
As
estatísticas promovem um
alerta dado por especialista
e setores de Vigilância em
Saúde das cidades caririenses: mesmo diante da pandemia do novo coronavírus,
a população da região deve
ficar atenta e prevenir-se
também contra as arboviroses.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil
viverá, nos próximos meses,
três picos simultâneos de
dengue, H1N1 e coronavírus.
Segundo o médico infectologista Pablo Pita, o Cariri
é uma das regiões que mais
registram casos de arboviroses todos os anos. Ele relata
que, atualmente, tem observado um “aumento muito
grande” dos casos de dengue. Diante deste cenário de epidemia do coronavírus, o médico enfatiza ser importante
à população ampliar a prevenção contra as arboviroses, “porque as emergências
estão muito direcionadas ao
cuidado e à prevenção do
Covid-19.
Então, a população pode encontrar alguma
dificuldade de acesso a algumas emergências porque,
basicamente, os protocolos
estão bem direcionados à
Covid-19, já que é uma doença que tem uma transmissibilidade bem maior”.
Setores de Vigilância em
Saúde de Crato, Juazeiro do
Norte e Barbalha comunicam
que as ações de combate às arboviroses não cessaram com
a pandemia do coronavírus,
mas foram adaptados.
“Por
conta do coronavírus não
podemos aguardar a quarentena passar para combater o
mosquito, porque poderia ser
tarde”, diz a coordenadora do
setor em Juazeiro do Norte.
“Estamos seguindo as recomendações de distanciamento, mas realizando atividades
de fiscalização e eliminação
de depósitos em terrenos
baldios, monitorando prédios públicos e atuando nas
orientações à população, por
meio das visitas domiciliares,
que foram adaptadas”, complementa a coordenadora de
Vigilância de Crato, Arlene
Sampaio.
Em Barbalha, segundo a coordenadora Nayara Rodrigues, “os agentes de
endemias continuam fazendo busca ativa de focos bem
como o tratamento dos focos
encontrados”