Os petroleiros completam, nesta terça-feira (4), o quarto dia de greve no Sistema Petrobras contra as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A direção da empresa comunicou a demissão de mil trabalhadores e o fechamento da unidade no início deste ano. Em protesto contra a medida, que afeta trabalhadores de toda a cadeira produtiva e a comunidade local, os petroleiros de Araucária estão ocupando a Fafen-PR desde o dia 20 de janeiro, com apoio total das famílias que vão a porta da unidade prestar solidariedade e participar dos atos. No sábado (1º) , unidades do Sistema Petrobras de todo o país iniciaram uma greve por tempo indeterminado contra o fechamento da Fafen-PR e as demissões dos petroleiros e pelo cumprimento do ACT.
Mais de 30 unidades aderiram ao movimento à greve convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em 12 estados do país (veja o quadro abaixo). Na Bacia de Campos, os trabalhadores estão entregando a produção das plataformas para as equipes de contingência da Petrobrás. Até o final da manhã de hoje, 12 plataformas já tinham aderido à orientação do Sindicato dos Petroleiros.
Na Transpetro, subsidiária da Petrobrás, a greve também avançou, com a adesão dos trabalhadores do Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB), do Terminal de Guarulhos, em São Paulo, e do Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ), em Santa Catarina.
No Espírito Santo, a greve ganhou o reforço dos trabalhadores da Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), que cortaram a rendição no turno na manhã desta hoje.
Representantes dos petroleiros acampa no edifício sede da Petrobras
No Rio de Janeiro, a Comissão de Negociação Permanente da FUP segue há quatro dias ocupando uma sala do quarto andar da sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, cobrando interlocução com a gestão da empresa para suspender as demissões em Araucária e abrir fóruns de negociação para cumprimento do Acordo Coletivo.
“Continuaremos resistindo e exigindo que a Petrobras sente à mesa para dialogar conosco. Não vamos aceitar calados o desmonte da companhia, demissões em massa e não cumprimento das cláusulas do acordo coletivo”, disse o diretor de Assuntos Institucionais da FUP, Devyd Barcelar, um dos dirigentes que estão acampados no prédio.
Após negar, sucessivamente, a entrega de alimentos e água para os petroleiros acampados na sala de reunião, desrespeitando a liminar expedida pela Justiça doTrabalho do Rio de Janeiro, a direção da Petrobrás recuou no final da tarde desta segunda-feira (3) e permitiu que a Comissão de Negociação da FUP recebesse os mantimentos doados pelos trabalhadores e movimentos sociais.
Para aumentar a pressão, familiares de trabalhadores da Fafen-PR, com apoio dos movimentos sociais, iniciou nesta segunda em frente à sede da Petrobrás, na Rua Chile, uma vigília com apoio dos trabalhadores e movimentos sociais. As demissões anunciadas pela gestão da Petrobrás começam no próximo dia 14, se não forem suspensas.
no site da CUT Brasil