Fernando
Brito
Jornalista
e editor do blog Tijolaço
Menos
importa, salvo para chacotas, o local onde teria sido encontrado dinheiro
desviado pelo Senador Chico Rodrigues, vice-líder do governo Bolsonaro, com o
qual o presidente dizia ter “quase uma união estável”.
Porque
chacota, mesmo, é um governante dizer que “acabou a corupção”, como se acabar
com a corrupção fosse apenas o resultado de uma vontade e não de uma política –
que jamais será perfeita – de organização da máquina pública.
Publica e,
aliás, também das empresas privadas, que gastam milhões com duas estruturas: o
tal compliance, que
combate seus desvios internos e o “planejamento tributário”, que se dedica a
encontrar caminhos para burlar seus deveres de pagar imposto.
O episódio
de Chico Rodrigues serve, apenas, para ilustrar, de maneira grotesca, o tipo
dos homens que se elegeram na onda “anticorrupção”, a começar da família
presidencial, envolvida em um já inegável tráfico de comissões recolhidas de
seus nomeados.
Prometer
“voadoras” em políticos corruptos é mais que demagogia barata. Foi, neste caso,
um chute de Bolsonaro em si mesmo, mesmo que venha a dar um pé no lugar onde o
senador guardou o dinheiro surrupiado.