03/10/2020

INPE aponta baixa umidade relativa do ar em 140 cidades cearenses



O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta meteorológico, nesta sexta-feira (2), apontando que 140 dos 184 municípios apresentarão umidade relativa do ar abaixo de 30%. Este cenário indica aumento nos riscos de incêndios florestais e danos à saúde. Este aviso se encerra apenas no próximo domingo (4), às 18h. 

situação mais preocupante é indicada em 39 destas 140 cidades, localizadas nas regiões do Cariri, Centro-Sul e o Sertão cearense. Neles, a umidade relativa do ar varia entre 12% a 20%. A lista completa das cidades em alerta pode ser acessada aqui.   

A gerente de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto, explica que baixa umidade relativa do ar é mais comum no interior do Estado pela continentalidade, ou seja, a distância do oceano. 

Outros fatores naturais, como os ventos mais fortes ajudam a aumentar a evapotranspiração da vegetação, já castigada pelo solo seco e a falta de chuvas. Já no litoral cearense, a umidade proveniente da evaporação da água do mar, que é transportada ao continente pelos ventos, torna este fenômeno menos agravante.    

A região Centro-Sul, geralmente, é a área onde a umidade relativa do ar costuma apresentar índices mais baixos nessa época do ano, pois, após o encerramento da estação chuvosa, se tornam comuns os dias com céu claro e poucas nuvens.

Monitoramento

Das oito estações meteorológicas acompanhadas pelo Inmet no Ceará, as mais baixas umidades, observadas nesta sexta-feira (02), foram vistas em: Morada Nova (24%), Iguatu (25%), Jaguaruana (27) e Sobral (29%). Acima de 30% estão: Barbalha (31%), Crateús (34%), Tianguá (40%) e Fortaleza (41%).  

Riscos  

Neste segundo semestre, período mais quente do ano, o Corpo de Bombeiros atenta para o perigo das queimadas, sobretudo a prática ilegal de “brocar” um terreno antes de plantar, como preparação do solo, muito comum no interior do Estado.

"A maioria (dos incêndios) são de focos clandestinos e criminosos, pela ação do homem, destruindo a natureza, flora e fauna. O calor e os ventos tornam ainda fáceis de se alastrarem. A gente tem que trabalhar, além da questão educativa, a questão punitiva", acredita o tenente-coronel Nijair Araújo. 

O alergologista e imunologista de Juazeiro do Norte, Cícero Inácio, ressalta que baixa umidade do ar também pode causar problemas de saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. “É comum a secura das mucosas nasais, exacerbação de conjuntivites alérgicas, dermatite atópica, asma e rinite alérgica”, cita.  

O próprio Inmet orienta que seja consumido bastante líquido, evite atividades físicas e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, entre as 10h e 16h. Além disso, recomenda o uso de hidratante para pele e umidificadores de ambiente.   

(publicado no site do jornal Diário do Nordeste)