09/10/2020

ELEIÇÕES 2020: Como escolher um candidato que honre seu voto?

 



A resposta a essa pergunta é mesmo uma das mais difíceis de se responder. Há no Brasil e as eleições de 2018 mostraram muito bem isso, que há uma grande diferença entre o discurso do político e o que ele defende quando eleito. Ou seja, o político brasileiro, no geral, não afirmamos que todos sejam assim é óbvio, tem um discurso ao eleitor, conseguem os votos, mas nas câmaras, no Senado, nas prefeituras e governos, e inclusive na Presidência da República, defendem os interesses de quem os patrocinam e não de quem vota nele.

Essa dicotomia eleitoral e política é o grande problema da política nacional. O eleitor vota de qualquer jeito, o eleito vota em quem acha que deve pois não se sente com compromisso algum com quem o elege. A falta de representatividade é que macula a política e o processo eleitoral no Brasil.

Então, a reposta para a pergunta “Como escolher um candidato que honre seu voto?” é difícil, mas algumas pistas podem ser apresentadas. As pistas abaixo valem para a maioria do povo brasileiro, pois falaremos aqui de eleitores que formam a grande maioria da população brasileira, quer dizer, os pobres, os trabalhadores assalariados, os pequenos negociantes, os ambulantes, servidores públicos com baixos salários, enfim a população brasileira na parte de baixo da pirâmide que vem sendo esquecida pela ampla maioria da classe política e da elite brasileira. 

O primeiro passo é deixar de votar por interesse particular, ou seja, deixar de “vender o voto” no processo eleitoral, pois depois que o eleitor vende esse sufrágio perde totalmente o controle sobre o eleito. Que já sabe que pagou pelo favor, ou seja, pelo voto.

O segundo ponto é votar em candidatos que defendam causas importantes para a maioria da população como mais investimentos na saúde, educação, cultura, esporte, assistência social, e que defenda os direitos dos trabalhadores, das mulheres, das comunidades negras e minorias, enfim, dos mais necessitados.

O terceiro ponto é que busque nos candidatos aqueles com história em defesa dos mais necessitados, que tenham história ligada às lutas da sociedade em seus mais variados segmentos. E outro ponto, que não seja envolvido em escândalos e ilegalidades.

Se essas pistas vão dar certo não temos certeza. Mas, se a maioria pobre da população brasileira votar em pessoas que a represente, com certeza, não teríamos um Congresso Nacional e Câmaras Municipais em que a população pensa uma coisa, reivindica uma coisa bem diferente daquilo que os seus “representantes” votam.


Material publicado na edição desta sexta-feira, 9/10, no jornal Leia Sempre edição nº 28!!!