A resposta a essa pergunta é mesmo uma das mais
difíceis de se responder. Há no Brasil e as eleições de 2018 mostraram muito
bem isso, que há uma grande diferença entre o discurso do político e o que ele
defende quando eleito. Ou seja, o político brasileiro, no geral, não afirmamos
que todos sejam assim é óbvio, tem um discurso ao eleitor, conseguem os votos,
mas nas câmaras, no Senado, nas prefeituras e governos, e inclusive na
Presidência da República, defendem os interesses de quem os patrocinam e não de
quem vota nele.
Essa dicotomia eleitoral e política é o grande
problema da política nacional. O eleitor vota de qualquer jeito, o eleito vota
em quem acha que deve pois não se sente com compromisso algum com quem o elege.
A falta de representatividade é que macula a política e o processo eleitoral no
Brasil.
Então, a reposta para a pergunta “Como escolher
um candidato que honre seu voto?” é difícil, mas algumas pistas podem ser
apresentadas. As pistas abaixo valem para a maioria do povo brasileiro, pois
falaremos aqui de eleitores que formam a grande maioria da população
brasileira, quer dizer, os pobres, os trabalhadores assalariados, os pequenos
negociantes, os ambulantes, servidores públicos com baixos salários, enfim a
população brasileira na parte de baixo da pirâmide que vem sendo esquecida pela
ampla maioria da classe política e da elite brasileira.
O primeiro passo é deixar de votar por
interesse particular, ou seja, deixar de “vender o voto” no processo eleitoral,
pois depois que o eleitor vende esse sufrágio perde totalmente o controle sobre
o eleito. Que já sabe que pagou pelo favor, ou seja, pelo voto.
O segundo ponto é votar em candidatos que
defendam causas importantes para a maioria da população como mais investimentos
na saúde, educação, cultura, esporte, assistência social, e que defenda os
direitos dos trabalhadores, das mulheres, das comunidades negras e minorias,
enfim, dos mais necessitados.
O terceiro ponto é que busque nos candidatos
aqueles com história em defesa dos mais necessitados, que tenham história
ligada às lutas da sociedade em seus mais variados segmentos. E outro ponto,
que não seja envolvido em escândalos e ilegalidades.
Se essas pistas vão dar certo não temos
certeza. Mas, se a maioria pobre da população brasileira votar em pessoas que a
represente, com certeza, não teríamos um Congresso Nacional e Câmaras
Municipais em que a população pensa uma coisa, reivindica uma coisa bem
diferente daquilo que os seus “representantes” votam.
Material
publicado na edição desta sexta-feira, 9/10, no jornal Leia Sempre edição nº
28!!!