01/05/2020

O 1º de Maio em maio a pandemia do novo coronavírus



(Sindicalista Valdir Medeiros)

Todos nós sabemos que o 1º de maio é uma data histórica para o conjunto da classe trabalhadora. Essa comemoração surgiu a partir do dia 1º de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando tivemos a maior greve nesse estado, tendo uma adesão de 340.000 mil trabalhadores parados. Muitos trabalhadores tiveram suas vidas ceifadas nos dias seguintes desse movimento paredista. É uma data carregada de muitos simbolismos, em virtude de representar a luta por igualdade social em todo mundo.  É nesse momento que devemos fazer uma reflexão sobre as reais condições de vida dos trabalhadores e as expectativas de avanços na atual conjuntura.

E o momento não é nada bom. Vivemos um cenário muito sombrio. Em plena pandemia do Coronavírus, aliás, uma das maiores no Brasil e no mundo, o trabalhador vive com o pesadelo de ser mais um nas estatísticas do desemprego. Antes da crise do COVID 19, o Brasil tinha mais de 12 milhões de desempregados. Hoje, esse número deve ser bem maior. Milhares foram demitidos ou tiveram seus contratos suspensos. Mesmo com a ajuda emergencial de R$ 600,00, por três meses do Governo Federal, que a princípio sugeriu o valor de R$ 200,00, apenas alivia um pouco o sofrimento do trabalhador. Frise-se ainda, que por conta da burocracia técnica da Caixa Econômica, muitos ainda não conseguiram sacar a primeira parcela. É nesse contexto que o trabalhador se encontra.

Em meio a esse momento de isolamento, algo de bom aconteceu: trata-se da revogação da Medida Provisória 905, a famigerada proposta da “carteira verde e amarelo”, apresentada pelo Governo Bolsonaro. Ela caducou, ou seja, não foi apreciada e votada no Senado Federal. Essa proposta atacava frontalmente os direitos históricos dos trabalhadores. Um dos ataques seria a vigência do contrato de trabalho de 24 meses, além de chancelar a idade máxima de 29 anos para o trabalhador. É bom frisar que as centrais sindicais, promoveram tensos debates na Câmara e no Senado, no sentido de mostrar os verdadeiros males da proposta em questão. 

Por fim, estamos todos mantendo o isolamento social, que por sinal, é a única maneira de frear o número de casos do Coronavírus. Amanhã seria um dia de muitos atos e protestos no Brasil e no mundo. Mas nem por isso, a data universal do dia do trabalhador não vai ter um momento de reflexão e luta por dias melhores. Durante todo dia, várias centrais vão estar promovendo debates e discussões virtuais nas redes sociais. O importante é sabermos que esse dia vai ser sempre um dia de lutas!

Valdir Medeiros

Secretário Estadual de Comunicação da Intersindical